Triplo X – Reativado
Férias, verão e aquela vontade de pular de um prédio de 23 andares, acionar o paraquedas, cair em cima da lancha, fazer manobras radicais enquanto acaba com os bandidos, pilotar carros bacanas, fazer esportes frenéticos e no final, ainda ficar com a mocinha. Essa era a ideia de Triplo X, que trouxe Vin Diesel no papel de Xander Cage, o nosso anti-herói viciado em adrenalina que, supostamente, havia morrido no final do segundo filme, Triplo X: Estado de Emergência, mas que assim como as cenas pós créditos revelaram, retorna agora no filme Triplo X: Reativado.
O longa gerou polêmica por trazer o jogador Neymar, e pior, em uma interpretação e participação no mínimo, duvidosa. E para quem estava incomodado com a cena do trailer, já antecipo: aquela é a cena inicial de Reativado, então passa rápido. Digo isso porque, o trecho soma-se a uma já vista interpretação forçada de Samuel L Jackson (Agente Augustus Gibbon, o chefe do projeto Triplo X) que tende a acabar por ali.
Na história do filme que seguirá, acompanhamos um poderoso artefato que caiu na mão de um grupo perigoso, tão sinistro que começa sendo apresentado pelo incrível Donnie Yen (Xiang) em uma série de acrobacias que poucos no cinema conseguem desenvolver, aqui, percebemos a diferença nos estilos de luta e como foi mal aproveitado os combates do personagens. Se por um lado o estilo característico de Donnie se demonstra avassalador contra seus oponentes, as habilidades de Tony Jaa (Talon) são mal exploradas e acaba transformando-o em um lutador coadjuvante qualquer, em uma série de coreografias que não convencem e não impactam. Com inimigos treinados, a solução encontrada é a ativação do programa Triplo X e começa assim a busca pelo lendário Xander Cage.
Mas, se no mano a mano a coisa ficou feia, na troca de balas, combates em veículos e cenas radicais o filme manda bem. Inclusive explorando o recurso 3D muito bem, uma vez que a maior parte das cenas que existem rotação de elementos e exibição de nomes você vai perceber claramente a diferença, recurso que geralmente não é bem explorado nos filmes do gênero. O filme traz um elemento interessante, mostrando os perfis dos personagens sempre que eles aparecem, algo similar com o que você já deve ter visto em Kickass, Deadpool e tantos outros. Além disso, o filme traz também uma pluralidade cultural interessante: Deepika Padukone (Serena Unger), Kris Wu (Nicks), Nina Dobrev (Rebecca), Rony McCann (Tennyson Torch) e Ruby Rose (Adele Wolff) são nomes poderosos que você já viu em diversas mídias por aí e que estão todos reunidos, para bom ou para ruim.
As histórias dos personagens não são bem exploradas, o que muitas vezes vai fazer você questionar a motivação do personagem para estar ali, inclusive do vilão. Para tornar a coisa mais arriscada, a combinação Deepika e Ruby como garotas assassinas funciona muito bem, enquanto a parte engraçada, que ficaria por parte de Rory e Kris não agrada, inclusive ficando meio absurda quando um dos maiores Agentes Radicais, em uma das missões mais importantes do mundo, convida um DJ engraçado e sedutor para agir em campo. Bem pensado Xander.
A lindíssima Nina Dobrev faz o papel da Garota do Suporte e acaba soando como uma cópia falsa da Felicity do seriado Arrow, tão falsa quanto o sarcasmo de Vin Diesel no filme. Nas cenas em que ele está envolvido, não importa o que você faça contra ele, ele vai dar um sorrisinho canalha e as coisas vão se resolver. Não que não funcione assim em filmes de ação, mas não combinou com Triplo X. A ideia de quem vai no cinema é encontrar um monte de esportes radicais e combates na tela, e esse primeiro deixa a desejar.
Tanto deixa a desejar, que uma das cenas mais radicais que o diretor pensou é uma das cenas mais ridículas de ação que eu já vi: uma moto surfando, pegando tubo na onda e tudo mais. Em contra-partida, a cena de descida da montanha é incrível, e o filme todo segue assim, com pontos positivos que vão conseguir tirar um sorriso de você, mas com algumas cenas ruins, que irão te deixar na dúvida se você está mesmo assistindo aquele filme de alguns minutos atrás. Com um final sensacional e com um molho bem grosso de comédia, o filme acaba sendo mais uma opção para quem quer dar risada do que para quem quer curtir uma boa ação, ou talvez, para quem quer curtir um pouco dos dois.
[c5ab_review c5_helper_title=”” c5_title=”” ]Agradecimentos especiais a Paramount Brasil e a Palavra Assessoria em Comunicação.
OBS: Só eu me apaixonei pela sniper? HAHA