David Copperfield, de Charles Dickens

Sinopse: Um dos pilares da literatura ocidental moderna, Charles Dickens é até hoje fonte de inspiração para muitos escritores. Seu gênio foi admirado por Tolstói, Marx, Joyce, Kafka, Henry James, Nabokov, Orwell, Cortázar, entre muitos outros.
Semi-autobiográfico, David Copperfield foi publicado em forma de folhetim entre 1849 e 1850. O autor afirma, no prefácio ao livro, que, entre os inúmeros romances que publicou, este era seu “filho predileto”.

Fonte:https://www.amazon.com.br/David-Copperfield-Charles-Dickens/dp/8540507862

Publicado em 1850, David Copperfield era considerado pelo próprio autor seu trabalho favorito, talvez porque muito do que tem no livro é baseado nas experiências de Dickens.

David Copperfield não é só o nome da obra, mas também do protagonista do livro. Conhecemos David quando ele acabou de nascer, e sabemos desde o começo que seu pai morreu 6 meses antes de seu nascimento. Sua mãe logo se casa com um homem que maltrata David e assim o garoto é enviado para um colégio interno.

Quando a mãe de David também morre, ele é primeiro obrigado a trabalhar e depois vai morar sob a tutela de sua tia.

Uma ilustração de uma cena do livro.

Não há nenhuma grande virada em David Copperfield, Dickens apenas narra a vida do protagonista, por isso o romance pode ser incluído na categoria de romance de formação, já que acompanhamos David desde seu nascimento, até o começo da sua vida adulta. Uma das coisas mais legais do livro são as pessoas que David conhece pelo caminho, como Clara Peggoty, a caseira da família, sua sobrinha, Little Emily, que também é o primeiro amor de David, e seu marido, Daniel, que faz de tudo pelos sobrinhos que ele cria, James Steetforth, que embora seja amigo de David, não tem o melhor dos caracteres, Mr. Wickfield, advogado da tia de David, que é alcoólatra e sua filha, Agnes, que cuida do pai e é amiga de David desde criança, entre outros personagens que só Charles Dickens é capaz de criar.

O livro é parcialmente inspirado na vida de Dickens, que assim como David teve que começar a trabalhar ainda na infância. As condições de trabalho em fábricas e principalmente o trabalho infantil são temas recorrentes na obra de Dickens e em David Copperfield isso não é exceção.

Outros temas comuns nos livros do autor e que aparecem aqui são as condições dos órfãos na Inglaterra, assim como os mau tratos e os abusos às crianças, não só nos orfanatos, como também nas escolas. David é enviado para o colégio interno, pois mordeu o padrasto após ele espancá-lo. Na escola a história se repete e o mestre do colégio, Mr. Creakle é tão cruel quanto o padrasto de David. As crianças de Dickens estão sempre a mercê da crueldade dos adultos e a ideia de que o mundo é cheio de coincidências, por isso, personagens que aparecem no começo da história, aparecem e se tornam importantes depois, como obra do destino.

Daniel Radcliffe na versão de 1999.

De uma certa maneira, David Copperfield também é uma critica social sobre as condições da Inglaterra Vitoriana.

A escrita de Dickens é poética, mas nem por isso é chata e arrastada, muito pelo contrário, a leitura é empolgante e o romance, embora longo, pode ser lido com uma certa facilidade e até com rapidez, se o leitor se apegar aos personagens e é muito fácil isso acontecer uma vez que David é um personagem extremamente bem escrito e consegue ser otimista em qualquer situação, é quase impossível não torcer por ele.

Embora esse não seja o romance mais famoso de Dickens, David Copperfield já foi adaptado de mais de dez vezes, para teatro, cinema e televisão, entre elas uma versão estrelada por Ian Mckellen, (que em uma versão posterior interpretou Mr. Creakle), em 1966, uma série protagonizada por Daniel Radcliffe, em 1999 e até uma versão animada, de 1993, onde David é um gato e é dublado por Julian Lennon, filho de John Lennon.

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