Dublado ou legendado? – A eterna briga de fãs

“Dublado ou Legendado?” Essa é uma das escolhas que fazemos quando decidimos assistir a algum filme ou série, seja no cinema, em casa ou no smartphone. Ela causa discussões sérias e acaloradas a cada momento e criou uma legião de “Defensores da Legenda” que fazem de tudo para justificar que filme legendado é bom.

Do outro lado temos os “Guardiões da Dublagem” que justificam os méritos das pessoas envolvidas nas produções como diretores, dubladores, entre outros.

Há um tempo atrás esse debate voltou em cima do filme “Coringa” onde muitos usaram as mesmas desculpas de sempre. Jogando a responsabilidade da qualidade do filme toda em cima da atuação do Joaquim Phoenix; ou que com a dublagem acaba se “perdendo” uma parte da experiência do filme como um todo; ou que dublado é ruim, e por aí vai.

Dublado ou legendado: um papo sobre a “legenda”

Uma coisa que precisa ser feita por quem gosta de assistir filme legendado, é a consideração de certos fatos como:

  • Pessoas preferem a dublagem pelo fato de não gostarem de ler.
  • A grande maioria do país não sabe falar inglês (então não dá pra usar a legenda como apoio e prestar atenção na atuação)
  • Crianças também assistem filmes (tudo bem que o do ‘Coringa’ não teve, mas no ‘Frozen’ e nos ‘Vingadores’ tinha um monte, vai?)

Não dá pra simplesmente diminuir um trabalho de dublagem só porque você gosta de ler mais que os outros, ou aprendeu inglês jogando RPG, pois além de um desrespeito com quem trabalha com isso, só mostra o quão arrogante você pode ser.

Olha só:

A dublagem brasileira é considerada uma das melhores do mundo, é respeitada em diversos países e tem ganhado um respeito e liberdade para trabalhar em cima do roteiro original para se criar a ‘versão brasileira’ do filme cada vez maior.

 

O começo da legendagem

Alguns relatos históricos apontam que a Dublagem e a Legendagem como conhecemos surgiram juntas, mas desde a criação do cinema que se estudavam formas de adicionar diálogos aos filmes para se criar histórias melhores.

No começo entregavam na entrada do cinema cartilhas com as falas com o objetivo de detalhar mais a história, mas era bem difícil de se ler algo em mãos e olhar para uma tela de cinema (o famoso “um olho no peixe, outro no gato”).

Depois juntaram os textos com a imagem. Ajudou bastante mas ainda temos nossa atenção dividida entre texto e cena, então alguns países decidiram que iriam dublar os filmes que chegassem. Foi uma simples questão de escolha mesmo, nada de preferências até aqui. Caso queiram se aprofundar no tema, podem começar por aqui.

Tá, mas e a dublagem?

Bom, agora chegamos em um ponto importante do texto que é: a dublagem é uma versão do roteiro original. Isso é um fato um pouco ignorado pelas pessoas que criam uma expectativa acima do normal e se decepcionam com o resultado final, por mais incrível que ele seja. Digo isso pois, infelizmente, é muito comum vermos os dubladores como Guilherme Briggs terem que se defender de ataques à profissão que escolheram simplesmente porque preferem ver legendado.

A dublagem se torna uma versão do filme pois é um trabalho de atuação onde o ator tem que recriar o contexto da cena dentro do tempo da atuação original, o que é bastante complexo e demanda muito do talento do dublador. Uma das maiores reclamações dos “Defensores da Legenda” é justamente essa diferença entre as versões, mas é incabível esse tipo de argumento pois é como reclamar que um litro de água não cabe em um copo de 500ml.

Recomendo o podcast Bufonaria, onde no Episódio 10 entrevistaram o ator, dublador e diretor Hélio Ribeiro que dublou o Coringa de Joaquim Phoenix.

dublado ou legendado

Considerações finais

Quanto mais aceitarmos que são trabalhos diferentes, mais respeito surgirá entre os consumidores e os artistas envolvidos nas obras.

Se você prefere legendado, é só ir assistir ao filme sem marcar os dubladores nas redes sociais falando que a dublagem estava horrível.

Dizer que não se tem a verdadeira experiência por ver um filme só porque ele é dublado, nada mais é do que uma maneira condescendente e simplista de dizer que só você sabe o que é bom.

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