Emergência

Saltando da comédia adolescente para a super tensão de um rolê errado, Emergência, esse filme de Carey Williams, expande o debate sobre racismo, focando nas probabilidades de quem vive essa realidade.

Uma adolescente aparece bêbada semidesmaiada na casa de três rapazes (dois negros, um latino). O ideal seria chamar uma ambulância e resolver isso de uma vez, mas como eles não são brancos, a chance de se darem mal é tremenda. Por isso, a ideia de levá-la até o hospital sem serem parados pela polícia, na noite que rola seis tipos de baladas no ambiente, é um desafio e tanto.

Com isso, o que era para ser uma engraçada noite de bebedeira entre amigos, se torna uma espécie de road trip pela cidade, navegando por diversos bairros (um deles por exemplo, com a placa de “monitorado 24h”, é apresentado quase como um reino sombrio pela perspectiva dos protagonistas), enquanto diálogos ágeis e espertinhos pipocam aqui e ali, gerando equilíbrio entre diversão e sufoco.

Donald Elise Watkins, RJ Cyler, Sebastian Chacon, Sabrina Carpenter e outros, não parecem entregar grandes atuações, alternando entre os estereótipos e a histeria… isso até o clímax, quando tudo se intensifica e cada um mostra a que veio, seja com uma forte pegada de drama, seja na entrega do pavor ou do arrependimento.

Emergência é um filme que vale pelo discurso, pela reflexão e pela desventura apresentada, por um viés que muitos de nós conhecemos, mas jamais viveremos na pele.

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