Família do Bagulho – tosqueira sem fronteiras
Um traficante é forçado por seu chefe a ir ao México pegar uma carga de maconha. A fim de melhorar suas chances de passar pela fronteira, ele pede a uma stripper e dois adolescentes locais para acompanhá-lo e, assim, fingirem que são uma família em férias. Uma família do bagulho…
E com essa premissa simples e absurdista, Rawson Marshall Thurber (diretor de “Arranha-Céu” com The Rock, que também está fazendo “Red Notice” com o astro para a Netflix) realiza uma comédia de humor negro das boas que, se não emparelha em fortes gargalhadas como em um “Se Beber Não Case”, ao menos extrapola as piadas um nível além do que víamos em “Férias Frustradas”.
Uma Família do Bagulho
Jason Sudeikis (que eu só lembro de “Quero Matar Meu Chefe“) consegue trazer todo o desapego de seu protagonista, que vai seguir a cartilha e passar por uma curva de aprendizado e evolução até o final. Ed Helms faz uma ponta como chefe criminoso, esbanjando prazer na maldade. Will Pouter, aqui em começo de carreira, tem a cara de bobo ideal, então a ele são reservadas todas as piadinhas sexuais da história.
Emma Roberts faz a lição de casa direitinho com a mina boca suja que vai aprendendo a se comportar. Enquanto isso, Jennifer Aniston desfila seu corpo seminu e bronzeado de um lado, e destila cinismo e bom senso do outro, fazendo do quarteto improvável uma inesperada família americana.
O longa entrega algumas cenas memoráveis, assim como o moleque aprendendo a beijar de língua com a “irmã” e a “mãe”, a primeira mentira no avião e o amalucado clímax. Entretanto, o diretor não evita as batidas clichês e previsíveis, e talvez tenha piadas sujas demais para com os mexicanos. Isso até pode ser considerado uma crítica em como os americanos os tratam. Mas ainda faz de Família do Bagulho (um título nacional muito superior ao original) uma comédia tranqueira das boas para dias sombrios.