Gloria Bell, plenitude depois dos 50

Gloria Bell (Julianne Moore) é uma divorciada de espírito livre que passa os dias trabalhando em um escritório tradicional e conservador e que, à noite, se solta, dançando nas muitas discotecas de Los Angeles. Então, quando conhece Arnold (John Turturro) numa dessas noites, ela acaba envolvida num inesperado novo amor, com todas as alegrias do começo de um romance e as complicações dos encontros, de identidades e famílias.

Do diretor ganhador do Oscar, Sebastián Lelio (Desobediência), chega uma sofisticada comédia romântica que mostra que o amor pode surgir a qualquer momento, que os relacionamentos nunca são simples e que nada pode deixar você para baixo enquanto você continuar dançando.

Julianne Moore é Gloria Bell
Julianne Moore é Gloria Bell

Quem é Gloria Bell?

Gloria é aquela mulher normal, que você provavelmente conhece, que vive sua rotina, mas que não abre mão de se divertir. Que canta e dança na noite, mas que não deixa de aparecer no trabalho no dia seguinte. Que investe em novas aventuras, mas que também é avó. Aquela que ama disco music, que de vez em quando volta a fumar, que arrisca uma aula de yoga e participa de terapia do riso com desconhecidas.

Ou seja, uma mulher que é vista como coadjuvante na vida das pessoas. Mas que neste filme se torna a protagonista. Julianne Moore está fantástica no papel de Gloria Bell. Mesmo estando a todo tempo em tela, não enjoamos de a conhecer melhor a cada cena. E de evoluir com ela a cada música que canta ao volante do carro.

Certamente é possível se identificar com ela em alguma situação. Seja um gato indesejado que vem te visitar; ou filhos que parecem um tanto desinteressados na sua vida; vícios; sedução na noite disco; ou até mesmo um vizinho com problemas com drogas. Uma mulher que após conhecer um possível novo amor, passa um tempo na depilação, sofrendo com a estética ainda imposta pela sociedade.

John Turturro e Julianne Moore em cena do filme Gloria Bell
John Turturro e Julianne Moore em cena do filme

A trilha sonora da sua vida

O filme é muito musical. É quase como se as músicas que Gloria canta, dança ou só escuta fossem o guia da narrativa. Na trilha você poderá conferir “A Little More Love” da Olivia Newton-John, “No More Lonely Nights” de Paul McCartney, “Total Eclipse of the Heart” da Bonnie Tyler, “Alone Again (Naturally)” do Gilbert O’Sullivan, entre outras. Praticamente a minha lista de performances no karaokê. Ou uma tarde ouvindo Alpha FM.

Claro que “Gloria” da Laura Branigan não poderia ficar de fora, então fecha o filme com chave de ouro. Há também uma cena bem introspectiva, onde Michael Cera, seu filho no longa, toca piano após um jantar constrangedor em sua casa. No jantar, diferentemente do novo namorado, nós espectadores entendemos como funciona o relacionamento de Gloria com o ex-marido. Surpreendentemente livre.

Gloria curtindo uma brisa em casa
Gloria curtindo uma brisa em casa

Se o mundo explodir, eu quero morrer dançando

O filme, que estreia essa semana nos cinemas, é na verdade um remake de Gloria (2013), do mesmo diretor. O filme chileno, no original, era estrelado por Paulina García e ganhou diversos prêmios. Nas palavras do diretor:

Gloria Bell é como um cover de uma melodia que criamos, tocado mais uma vez em um novo momento, em um novo contexto e por uma nova banda. Nós procuramos honrar as descobertas e o DNA do filme original; ao mesmo tempo, buscávamos novos tons, novas vibrações, novos brilhos. Nós o fizemos pela alegria de realizar um filme, pela emoção do risco e pelo desafio artístico. Foi um ato de liberdade.

Grande admirador da atriz, Sebastian disse que só faria um novo Gloria se ela fosse sua personagem. E ela disse que só o faria, se ele a dirigisse. A parceria deu certo e vocês podem conferir a partir de 28 de março nos cinemas.

Gloria Bell

Nome Original: Gloria Bell
Direção: Sebastián Lelio
Elenco: Julianne Moore, Alanna Ubach, Michael Cera, Sean Astin, John Turturro, Brad Garrett
Gênero: Comédia, Drama, Romance
Produtora: Fabula, FilmNation Entertainmen
Distribuidora: Sony Pictures
Ano de Lançamento: 2018
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2 Comentários

  1. Quando eu li “Total Eclipse of the Heart” já tinha imaginado que dona Veri deve ter gostado. 🙂

  2. Como era uma cabine de imprensa, tive que me comportar, mas a vontade era cantar junto, hehehe

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