Iniciação

Iniciação é um slasher que tenta levantar alguma crítica social, acertando no visual, mas pecando no ritmo.

A Universidade de Whiton revela a noite em que um atleta famoso é morto, desencadeando uma série de assassinatos expostos nas redes sociais, que obriga os alunos a descobrir a verdade por trás dos segredos ocultos da instituição. John Berardo dirige e escreve, ao lado de Lindsay LaVanchy e Brian Frager, usando um cenário e figuras propícias para um autêntico slasher: uma universidade e adolescentes erráticos (o que pode ser quase um pleonasmo).

Mas, ao que parece, o texto se preocupa menos em desenvolver um slasher (seja à moda antiga, seja para renová-lo) e mais em uma tentativa de debater questões sociais, em especial a cultura do estupro, o que dá ao enredo um peso extra. Quando a primeira vítima é feita, o tempo que um personagem toma de luto, é bem realista, com drama legítimo, mas acaba tirando todo o ritmo do filme, já que na promessa, o filme diz que Iniciação será um slasher (temos uma figura encapuzada e mascarada típica, que mata suas presas com ferramentas, como martelo, furadeira etc), mas entrega em partes um drama, ora com suspeitos do estupro, ora com corpo docente passando pano, ora com suspense de perseguição. Lindsay LaVanchy é uma ótima final girl, aliás, mas sinto que ela poderia ter mais espaço para brilhar.

As mortes são poucas e o volume de corpos só vem a acontecer mesmo no clímax, que até consegue gerar boa tensão, dada a contextualização realista (que remete muito a invasões de escolas por malucos). Aqui, o escopo é menos terror de gênero e mais sensorial, o que tem seu valor (o que, se aliado a fotografia caprichada, pode colocar essa produção em outra parte da estante no subgênero), deixando Iniciação menos comparável com Pânico e mais similiar ao recente Sick (inclusive na revelação de assassino).

É uma experiência interessante e diferenciada até, mas não assista com sono, pois esse filme é o melhor amigo do fim.

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