Anna e o Apocalipse

O High School Musical de terror

Na pequena cidade de Little Heaven, Anna (Ella Hunt) espera ansiosamente acabar o colegial para finalmente sair da cidade, mas enquanto isso não acontece, ela precisa lidar com o pai, Tony (Mark Benton), com um melhor amigo apaixonado (Malcolm Cumming) e com um ex-ficante grosseiro (Ben Wiggins).

O natal se aproxima e a cidade se prepara para a época mais feliz do ano, e quando ninguém esperava, Little Heaven se vê atacada por um apocalipse zumbi, e Anna e os amigos precisam fazer de tudo para sobreviver.

Problemas de adolescentes

Anna e o Apocalipse é um filme curioso porque ele consegue unir gêneros e tramas que, inicialmente, não parecem possíveis de se relacionarem. Ele circula entre os gêneros da comédia, do terror e do musical, e o diretor do longa John McPhail cita uma série de referências muito diversas como Amor, Sublime Amor, The Rocky Horror Picture Show, High School Musical, O Clube dos Cinco, o episódio musical de Buffy, a Caça Vampiros, e uma série de filmes de zumbis e de terror, como A Noite dos Mortos-Vivos, Madrugada dos Mortos, Uma Noite Alucinante: A Morte do Demônio, A Felicidade dos Katakuris e Todo Mundo Quase Morto.

O filme mistura gêneros que parecem não combinar
O filme mistura gêneros que parecem não combinar

Mas as duas principais bases de Anna e o Apocalipse são os zumbis e os adolescentes. Uma vez que os personagens são alunos que estão terminando o ensino médio, é de se imaginar que as questões tratadas no filme são questões que dizem respeito a essa faixa etária, e que os grandes problemas desses adolescentes são, na realidade, problemas simples, até que eles são expostos ao apocalipse.

Anna, a protagonista, quer sair de Little Heaven, mas enquanto não o faz lida com seu pai e com um triângulo amoroso envolvendo John, seu melhor amigo, e Nick. Outros personagens têm suas próprias questões, como Chris (Christopher Leveaux), que quer ser cineasta e Steph (Sarah Swire), que vive desafiando o diretor da escola (Paul Kaye). Todos esses problemas, no entanto, parecem pequenos perto do que esses jovens terão que enfrentar.

Ella Hunt como Anna
Ella Hunt como Anna

O terror

Claro que o aspecto do terror e os elementos assustadores também são pontos importantes, e aqui eles se dão através de um apocalipse zumbi. O longa começa expondo esses adolescentes e suas questões, mas não demora para mostrar a que realmente veio.

Embora seja um filme de terror, este também é um filme de comédia – além de, claro, um musical -, mas não é um filme trash e nem exatamente um terrir, é mais como se o longa tivesse um humor seco e irônico, que funciona, mesmo diante do terror. Uma cena em que isso fica claro, por exemplo, é logo na manhã em que o apocalipse já aconteceu e os zumbis dominam a cidade, Anna sai de casa como em qualquer outro dia, fones de ouvido impedindo que ela escute o que acontece ao seu redor e, enquanto ela canta pela rua, os zumbis andam ao fundo.

Anna e o Apocalipse não é um filme especialmente assustador, ele se encaixa no subgênero dos filmes de zumbis, que dão mais adrenalina, afinal, acompanhamos uma série de perseguições e cenas tensas, do que medo, com algumas cenas aflitivas. O natal pode parecer excessivo – mas honestamente, o que nessa combinação não parece? -, mas ele tem algum sentido dentro da trama, e Anna e o Apocalipse é capaz de misturar todos os seus elementos de maneira bem-feita. O longa tem, ainda, alguns elementos de drama, que perpassam as relações dos personagens, e que o afasta de filmes tradicionais de natal onde se destaca a bondade e “a época mais mágica do ano”.

Anna e o Apocalipse tem um humor seco e irônico
Anna e o Apocalipse tem um humor seco e irônico

As músicas

As músicas são originais e foram escritas por Roddy Hart em colaboração com Tommy Reilly, especialmente para o filme. As composições são bem-feitas e variam entre tons animados e alguns nem tanto, que claro, batem com a trama, não são ruins, mas também não são especialmente memoráveis.

No entanto, as músicas encaixam bem no filme e ajudam no desenvolvimento da história. Algumas das músicas que fazem parte da trilha sonora são Break Away, Hollywood Ending, Turning My Life Around, Give Them a Show e What a Time to Be Alive.

No seu aspecto técnico, Anna e o Apocalipse é um musical bem tradicional, as músicas representam os sentimentos dos personagens e empurram a trama para a frente, mas é claro que ele é um musical bem diferente de tudo que já seu viu, uma vez que mistura terror, comédia e musical.

O longa se destaca pela mistura de estilos
O longa se destaca pela mistura de estilos

Aspectos técnicos de Anna e o Apocalipse

O filme tem uma história simples, a ideia é colocar esses adolescentes em um apocalipse zumbi, o diferencial aqui é a mistura de gêneros, já que nem os zumbis são especialmente criativos e seguem o cânone clássico da criatura. É impossível negar que o roteiro seja inovador, por outro lado, se pensarmos nele como um filme adolescente ele é um tanto comum, e se pensarmos nele como um filme de zumbi, ele também não se destaca. Parece mais uma mistura de High School Musical com Z-O-M-B-I-E-S, outro filme da Disney Channel.

O longa tem boas atuações, os adolescentes de uma maneira geral se saem bem, e o grande destaque é de Ella Hunt, ótima no papel de Anna.

Anna e o Apocalipse é um filme que diverte e que prende a atenção por um tempo, a trama é criativa e ele se destaca justamente por ser diferente, ainda que não seja um filme inesquecível.

Anna e o Apocalipse

Nome Original: Anna and the Apocalypse
Direção: John McPhail
Elenco: Ella Hunt, Malcolm Cumming, Mark Benton, Paul Kaye, Sarah Swire
Gênero: Comédia, Musical, Terror
Produtora: Blazing Griffin
Distribuidora: Orion Pictures
Ano de Lançamento: 2017
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