Jesus de Nazaré – O Filho de Deus
Mais um filme sobre Jesus Cristo
Em Jesus de Nazaré – O Filho de Deus acompanhamos Jesus (Julián Gil) em um retiro de 40 dias no deserto, um pouco antes de sua crucificação.
Filmes sobre Jesus Cristo não são exatamente novidade. Existem milhões de títulos sobre o assunto, que abordam diferentes períodos da vida de Jesus. Jesus de Nazaré – O Filho de Deus se passa um pouco antes da morte de Jesus, por isso, acompanhamos o trabalho que ele vinha realizando, sua relação com os apóstolos, e com Maria Madalena (Gaby Espino). Assim como também notamos que Jesus vem desagradando homens poderosos e que isso faz com que sua vida esteja em risco.
Não existe nada de novo na trama do filme. Nada que qualquer pessoa, inclusive as não religiosas, já não saiba. Claro que o filme nos dá mais detalhes sobre a história que talvez não sejam de conhecimento geral, mas não se mostra diferente de nenhum outro longa sobre o assunto.
Jesus
Diferentemente de filmes como Jesus Cristo Superstar, que tem uma linguagem alternativa, ou de A Última Tentação de Cristo, que mostra Jesus como um homem comum durante boa parte da sua vida, Jesus de Nazaré – O Filho de Deus segue pelo caminho mais clássico, aquele que já está na bíblia.
Tem aspectos ruins e aspectos bons em relação a essa escolha. Certamente o filme vai agradar aos religiosos, que já conhecem a história como a palma da mão e que desejam ver apenas uma versão cinematográfica do que está na bíblia. Mas não vai atrair outros públicos além desse, já que não apresenta nenhum diferencial.
A mensagem de Jesus
Independentemente disso, este filme transmite ao espectador a mensagem de Jesus, que muitas vezes acaba distorcida.
No filme, o público é apresentado à ideia de ajudar os menos favorecidos e não julgar os erros dos outros. Em especial no momento em que Maria Madalena aparece e Jesus a salva do apedrejamento. Fica muito claro o que o filme quer dizer.
Da mesma maneira em que podemos ver com clareza a maneira como Jesus é rechaçado pela população que não entende o que ele está fazendo e seu ponto de vista. De certa forma, a história de Jesus é uma história de resistência e Jesus de Nazaré – O Filho de Deus mostra isso.
Aspectos técnicos de Jesus de Nazaré – O Filho de Deus
Porque a trama do filme é tão conhecida, seria interessante que ele tivesse uma forma que o diferenciasse de outros filmes no mesmo estilo, mas não é o que acontece. O longa escolhe tratar a vida de Jesus da maneira mais clássica possível e, por isso, também a mais óbvia.
Em função disso, não há nada que faça deste um filme especialmente interessante e que vá fazer com que o público dê preferência a ele quando deseja assistir a um filme sobre o assunto.
O filme cumpre os requisitos e conta a história de Jesus? Sim, mas não acrescenta nada de novo. O fato de ter uma narração de tudo que vai acontecer, inclusive depois que Jesus morrer, dá ao filme uma linguagem televisiva e faz parecer um filme feito para TV ou até uma novela.
Considerações finais
No entanto, Jesus de Nazaré – O Filho de Deus tem seus méritos. É um filme bem produzido e com bons figurinos, que se encaixam dentro do período histórico que retrata. A fotografia também é bem bonita e o espectador acompanha diversas paisagens que agradam. O elenco não tem uma grande atuação, embora estejam, de uma maneira geral, bem dentro dos seus papéis. Também é importante ressaltar que, embora o filme não tenha escalado atores que combinam com a aparência verdadeira que os personagens teriam de acordo com a região onde teriam vivido, os atores também não estão dentro do padrão europeu que conhecemos, então o público acompanha um bom meio termo.
Embora o filme possa agradar pessoas mais religiosas, que são afinal o público alvo do filme, ele não se comunica com outros grupos. E por ser um filme que não se sobressai, também não propõe nada novo e, assim, não chama atenção.
Jesus de Nazaré – O Filho de Deus já está em cartaz nos cinemas da rede Cinépolis.