Liga da Justiça de Zack Snyder – corte do diretor

Maior, mais épico e com menos alma

Depois de tantas polêmicas polarizadas, finalmente o público teve a oportunidade de assistir a visão original de Zack Snyder para a Liga da Justiça, que chegou aos pedaços em 2017, também com o punho de Joss Whedon.

Dos atributos dessa nova versão, temos as sequências enervantes envolvendo as Amazonas (de longe o ponto alto do filme), a cena fofa e divertida de Barry Allen como Iris West, a jornada de aceitação à lá “Prometeu moderno” de Ciborgue e alguns momentos com Darkseid e a turma de Apokolips, incluindo o segmento estendido envolvendo a antiga Era de Heróis contra os invasores do espaço.

São sequências belíssimas, de encher os olhos, onde Snyder continua provando, desde “300“, que é um dos maiores realizadores quando se trata de incríveis execuções pirotécnicas e artísticas (das quais Michael Bay poderia se escolar). O CG é competente, as figuras tem peso, as rajadas são críveis, mesmo em seu escopo fantástico.

Liga da Justiça de Zack Snyder

Liga da Justiça de Zack Snyder

Dos problemas, temos um Aquaman repleto de subtramas vazias, participações ridículas (Caçador de Marte e os vilões Coringa, Lex e Exterminador jamais funcionam em tela), além do extremamente frustrante “sonho do Bruce” e/ou “mundo alternativo onde Darkseid venceu”, jogado desesperadamente no fim, sem qualquer cabimento ou propósito.

Outro ponto danoso é o pouco tempo de tela que Superman tem e, o que sobra, é uma versão “batmizada” dele, sombria e antipática, que jamais encanta. E por mais que o diretor sempre tenha demonstrado incompreensão com o homem de aço, ele ainda foi responsável por realizar o melhor filme do Universo DC com o personagem, em 2013. O uniforme preto não se justifica, a não ser um fanservice de nicho e serve apenas para deixar o personagem ainda mais dark do que deveria.

Tão dark…

Aliás, toda a fotografia escura e melancólica, que tinha até certo sentido em “Batman vs Superman“, aqui não encaixa. Todos os heróis estão melancólicos, sérios e sisudos (salve o Flash, em parcos momentos de descontração), quase sendo difícil distingui-los em personalidade. Nesse aspecto, a versão de 2017 soube desenhá-los melhor. Por outro lado, o Batman aqui está menos constrangido, o que é ótimo de se ver, para esquecer o absurdo que foi feito com ele anteriormente numa desconstrução bizarra.

No mais, é a mesma história, com mais gordura, que poderia ter sim duas horas a menos, continuando a investir onde Zack Snyder é bom: nas cenas de ação, batalhas épicas e suntuosos efeitos especiais. É possível sim dizer que esse corte do diretor supera a bagunça do filme de antes e consegue até ser mais honesto em sua proposta, além de fazer, em certa medida, jus ao realizador e dar paz para ele e seus seguidores fanáticos. Mas não vai muito além disso e a falta de alma desse filme é tão sentida quanto a de Clark quando retorna.

Liga da Justiça de Zack Snyder

Nome Original: Zack Snyder's Justice League
Direção: Zack Snyder
Elenco: Henry Cavill, Ben Affleck, Gal Gadot, Amy Adams, Jason Momoa, Ezra Miller
Gênero: Ação, Aventura, Fantasia
Produtora: DC Entertainment
Distribuidora: HBO Max
Ano de Lançamento: 2021

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