Marley & Eu, escolhas, maturidade e um cão adorável
David Frankel (de “O Diabo Veste Prada”) adapta o bestseller Marley & Eu, do colunista do Philadelphia Inquirer, John Grogan, que reuniu as memórias sobre seu labrador Marley, um cãozinho incansável, destruidor de objetos e muito brincalhão, como a maioria dos mascotes realmente são – o que gerou identificação imediata com muitos donos por aí, já que tanto o livro quanto o filme conquistaram o mundo há mais de uma década.
Owen Wilson e Jennifer Aniston têm química e conseguem vender a ideia de um casal bonitinho, que passa por todas as agruras na jornada em busca do american way of life, tanto da “moradia ideal”, quanto do “emprego perfeito”, enquanto vão aumentando as bocas para comer dentro de casa.
Marley & Eu
No miolo disso tudo, temos Marley como um enfeite carismático e divertido. O cão mesmo não tem qualquer função em contexto, no sentido de “mudar a vida dos Grogan” (como prometeu a premissa). Caos em forma de fofura, o labrador rende os melhores momentos do longa, seja nas sequências cômicas, seja nas emocionantes (o choro é inevitável antes dos créditos subirem); mas é isso, nada além.
Os holofotes, apesar de parecerem direcionados ao bicho do título, na verdade pertencem ao seu dono. E tudo bem com isso, mas teria sido melhor se fosse mais honesto na proposta.
A Frankel, que sabe muito bem como transformar um livro em filme, cabe as gags pontuais e as boas sacadas na montagem, como naquele longo discurso com John narrando vários acontecimentos dele, da esposa e do cachorro (que antecedem o nascimento do primeiro filho e depois com o mesmo), além de algumas tomadas de respiro, com cenários deslumbrantes, onde vemos um animal correr feliz, mesmo que ele destrua algo logo depois.