Musicais: Charity, Meu Amor, 1969
Charity Hope Valentine (Shirley MacLaine) sabe que não é vista com bom olhos, pois trabalha em um dancing, mas isto nunca a impediu de ser uma incurável otimista. Charity nunca deixou de procurar o verdadeiro amor e nunca procurou nos lugares certos. Se envolveu com Charlie (Dante DiPaolo), um vigarista, que roubou sua bolsa e a empurrou na lagoa do Central Park. Por um total acaso conhece Vittorio Vidal (Ricardo Montalban), um egocêntrico astro do cinema que brigara com Ursula (Barbara Bouchet), sua namorada, e queria alguém para lhe fazer companhia. No início ele tratou Charity com toda a cortesia e ela, por sua vez, fica deslumbrada com o estilo de vida de Vittorio. Porém Ursula vai até a casa de Vidal para se reconciliar, forçando Charity a passar a noite escondida em um armário. Desesperada para deixar o salão de danças, Charity vai até uma agência de empregos, onde um burocrático entrevistador a informa que ela não tem nenhuma qualificação. Ao ir embora Charity pega o elevador, onde está Oscar Lindquist (John McMartin), que é muito tímido e claustrofóbico. Quando saem do elevador começam a conversar e logo ela começa a sair com Oscar, que se mostra muito respeitoso. Mais do que nunca ela sente que ele pode ser o homem da sua vida.
Fonte: http://www.adorocinema.com/filmes/filme-36779/
Sweet Charity é um musical de Cy Coleman, Dorothy Fields e Neil Semon, dirigido e coreografado por Bob Fosse (que dirigiu Cabaret e coreografou Chicago), que estreou na Broadway em 1966. Ele é baseado no filme Noites de Cabíria, de Federico Fellini. No cinema, Sweet Charity estreou em 1969, com Shirley MacLaine no papel principal e John McMartin repetindo seu papel na Broadway. O filme também foi dirigido e coreografado por Fosse. Aqui no Brasil, Sweet Charity foi traduzido como Charity, Meu Amor.
A personagem principal de Charity, Meu Amor é claro, Charity (Shirley McLaine), uma jovem dançarina que procura desesperadamente o amor. Para tal, ela se mete em diversas confusões e se envolve com um homem pior que o outro, mas jamais perde a esperança.
Charity, Meu Amor é um filme (e um musical) que não é muito conhecido aqui no Brasil, mas a sua dinâmica é bem parecida com a de Cabaret. Os dois filmes foram dirigidos por Bob Fosse, ambos falam sobre show business e tem como protagonistas dançarinas que trabalham em lugares de reputação duvidosa.
Outra coisa interessante que aparece nesse filme e é muito presente em Cabaret, é que mesmo com todas as decisões erradas que Charity toma durante o longa, é impossível não simpatizar e torcer pela protagonista. Charity é extremamente simpática e divertida e o fato de ela ser interpretada por Shirley McLaine, que além de uma grande atriz, tem um rosto que é naturalmente simpático, só aumenta essa sensação.
Também é muito legal a ideia de transformar em musical, um filme italiano de 1957, que não tem nenhuma cena musical e que na verdade, é uma tragédia. Quando lhe são acrescentadas músicas e danças, o filme muda um pouco de figura e parece uma comédia, embora no fundo, o musical também fale de uma jovem solitária que só consegue se imaginar feliz se tiver uma pessoa.
Charity, Meu Amor dá uma amenizada no conteúdo de Noites de Cabíria. Enquanto no original a protagonista é de fato uma prostituta, no musical, Charity é uma dançarina, que pode até ser promíscua, mas não vive disso.
Além de Charity, nós também acompanhamos a vida das outras dançarinas, e somos apresentados aos mais diversos tipos de personalidades.
O filme também fala sobre esperança, uma vez que embora seja enganada, traída e passada para trás do começo ao fim do filme, Charity continua sua busca por um amor e jamais deixa de acreditar nos seus ideais. O segundo nome da protagonista, inclusive, é Hope (esperança).
O musical é extremamente bem executado e isso com certeza se deve ao fato de que o filme é dirigido e coreografado pelo mesma pessoa que dirigiu e coreografou a versão teatral. Além do mais, Bob Fosse é um ícone do teatro musical e todas as suas produções são geniais.
As coreografias fazem referências claras ao Burlesco e ao Jazz, e algumas das músicas que aparecem no filme são You Should See Yourself, If My Friends Could See Me Now, The Rythm Of Life e a maravilhosa Big Spender, cantada pelas dançarinas e que acabou virando tema de milhares de shows burlescos.
Já a direção de arte do filme é claramente uma direção de arte dos anos 60, os figurinos e a maquiagem de Shirley McLaine, com os olhos totalmente marcados remetem diretamente à década.
A versão original da Broadway de Sweet Charity ganhou 9 Tonys e depois foi encenada em West End, em Londres. Em 1986, Sweet Charity ganhou um revival na Broadway, e em 1998, um revival em West End, mais recentemente, em 2009, a peça voltou a Broadway.
Aqui no Brasil, Sweet Charity esteve em cartaz entre 1993 e 1994 e depois, em 2006, com Claudia Raia e Marcelo Médici no elenco.
Charity, Meu Amor é uma junção de boas músicas, coreografias incríveis e extrema simpatia da protagonista.