Fama, 1980 – Musical com direito à Oscars

Fama, do diretor Alan Parker, acompanha um grupo de estudantes de uma escola de artes em Nova York, do dia do teste de admissão, até o último ano. Entre os alunos estão Montgomery (Paul McCrane), Doris (Maureen Teefy), Ralph (Barry Miller), Bruno (Lee Curreri), Lisa (Laura Dean), Coco (Irene Cara) e Leroy (Gene Anthony Ray). Durante o filme nós acompanhamos o desempenho deles na escola, o desenvolver de suas carreiras e também sua vida pessoal, seus relacionamentos e suas descobertas.

Em Nova York, os estudantes de diversas origens sociais de uma escola de artes cênicas são preparados para o mundo das artes, aprendem a atuar, cantar, etc. Coco Hernandez, Doris Finsecker, Montgomery MacNeil e Raul Garcia se deparam com seus sonhos e suas frustrações no decorrer do curso, mas acima de tudo almejam serem amados e reconhecidos artisticamente.

Fonte: http://www.adorocinema.com/filmes/filme-36664/

Fama

Um filme com muitos personagens e quase todos podem ser considerados protagonistas, já que tem tempo de tela relativamente iguais. Talvez o roteirista tenha feito essa escolha para poder mostrar as várias faces da carreira artística, já que o filme abrange cantores, atores e dançarinos.

O número de personagens pode ser um ponto negativo no começo do filme, já que é difícil acompanhá-los, mas depois que o espectador está dentro da história, fica muito mais simples. Com esse grande elenco, é possível não só falar de modos de artes diferentes, mas de raças, sexos, sexualidades e backgrounds diferentes, o que é um ponto positivo.

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O elenco do filme

Montgomery, por exemplo, é um rapaz lutando para aceitar a sua sexualidade, Doris é uma tímida garota judia que quer ser atriz, já Coco é uma latina que é talentosa em todas as esferas possíveis e Leroy é um jovem negro.

Além do mais, cada um está na escola pelos mais variados motivos, Lisa, por exemplo, que entrou para a turma de dança, não sabe se essa é a escolha certa (e nem qual seria a escolha certa) e Leroy fez o teste apenas para ajudar uma amiga, mas acabou passando. Tanto não ter a menor ideia do que se quer da vida, quanto cair em uma carreira não planejada são situações muito realistas, e que falam diretamente com os jovens.

Rocky Horror Picture Show, 1975 – Musical

Durante os anos que acompanhamos a vida desses jovens, vimos todas as dificuldades que os profissionais da arte sofrem, desde problemas para encontrar empregos (pelo menos os que pagam) até a extrema competição que existe no meio.

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A maior parte dos números musicais acontecem em apresentações

O filme toca em um tema muito pesado, mas que também é muito comum: o assédio sexual no meio, ou o famoso teste do sofá. A cena que retrata esse momento é pesada e desagradável, mas é muito difícil ver esse tema ser abordado em produtos que falam sobre o show business. O esforço do filme para mostrar essa prática que é, infelizmente, tão comum é relevante, já que não deixa de ser um alerta.

Também é muito legal ver como os personagens crescem durante o filme. Lisa, consegue entender melhor o que ela quer, Doris, que quer ser atriz, mas é extremamente tímida, consegue superar suas inseguranças e Montgomery, consegue assumir sua sexualidade e se aceitar.

O filme não deixa de ser sobre amadurecer, se tornar você mesmo e se aceitar exatamente do jeito que você é.

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Irene Cara e Gene Anthony Ray em cena do filme

As ligações de Fama

Fama foi inspirado em outro musical: A Chorus Line. A diferença de um para o outro é que A Chorus Line retrata apenas uma forma de arte: a dança, e se passa em apenas um dia: o dia do teste para um espetáculo. Fama é mais abrangente, já que retrata diversos personagens que são artistas de vertentes diferentes e retrata praticamente todos os anos de estudo dessas pessoas.

O elenco de Fama não é extremamente conhecido, o nome mais famoso certamente é o de Irena Cara, que interpreta Coco, canta a música mais famosa do filme, Fame e mais tarde gravou a música tema de Flashdance – Em Ritmo de Embalo.

Grande parte dos números musicais do filme são executados em performances. Entretanto o longa tem uma aura musical do começo ao fim. Uma das melhores cenas do filme é, sem dúvida, a jam no horário do almoço. Onde cada som de um refeitório, se torna uma parte da música. As músicas do filme são todas composições originais. Elas estão I Sing The Body Eletric, Its Okay To Call You Mine?, Never Alone, Hot Lunch Jam, Out Here on My Own e claro, Fame.

Cena do remake de 2009

Fama foi indicado a cinco Oscars e levou o de melhor trilha sonora original e melhor canção original (Fame).

No Teatro

Fama virou uma peça de teatro em 1988 e foi apresentado pela primeira vez em Miami, então, passou a ser representado em um teatro Off-Broadway. Em 1995, Fame – The Musical chegou no West End e depois disso a peça já passou por diversos lugares, como França, China, Austrália e Irlanda. A produção já teve mais dois revivals em West End.

No Brasil, Fama chegou em 2012, e no elenco estavam Paloma Bernardi e Klebber Toledo.

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O elenco da montagem brasileira

Além da peça, o filme também inspirou uma série de televisão com o mesmo nome, que durou seis temporadas (1982 a 1987). Retratava o cotidiano de uma escola de artes de Nova York. A série ficou famosa no Reino Unido e o elenco chegou a gravar discos e fazer turnê (uma coisa que o elenco de Glee faria, algum tempo depois). Aqui no Brasil, a série foi exibida pelo canal Multishow.

Fama também ganhou um remake em 2009, que embora trate de temas parecidos e tenha muitos dos elementos do original, não é tão bom quanto o de Alan Parker.

Embora seja um filme que está um tanto esquecido. Fama é um musical que retrata as dificuldades da vida artística, mas também a paixão pela arte.

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