O Chamado vs. O Grito
Unindo assombrações
As universitárias Yuri Kurahashi (Mizuki Yamamoto) e Natsumi Ueno (Aimi Satsukawa) compram um aparelho VHS que vem com uma fita dentro e Natsumi assiste à fita amaldiçoada que mostra Sadako (Elly Nanami) caindo no poço, e logo depois recebe a ligação avisando que só tem dois dias de vida. Assustadas, as duas procuram Shin’ichi Morishige (Masahiro Komoto), um professor especialista em lendas urbanas que sugere que elas busquem uma ajuda ainda mais especializada.
Ao mesmo tempo, a jovem Suzuka Takagi (Tina Tamashiro) começa a ter pesadelos com uma casa da sua vizinhança, que é, supostamente, assombrada. Curiosa, ela entra lá e acaba amaldiçoada por Kayako (Runa Endo), o espírito que vive lá.
Quando Yuri e Natsumi buscam a ajuda de especialistas, eles sugerem que Natsumi coloque Sadako de frente para outro terrível espírito: Kayako.
O Chamado vs. O Grito faz parte tanto da franquia Ring: O Chamado, quanto da franquia O Grito.
Encontro de monstros
Tanto “Ring: O Chamado”, quanto “O Grito” são filmes japoneses lançados no final da década de 1990 e começo da década de 2000, que retratam personagens amaldiçoados por fantasmas. As duas produções ganharam franquias no seu país natal, e remakes americanos que também ganharam suas franquias. Não é preciso dizer que também fizeram muito dinheiro.
Em função das semelhanças entre as duas franquias, há certo sentido que elas possam ser unidas em um filme só, uma vez que ambas já foram exploradas de todas as maneiras possíveis. A ideia é muito próxima do que Hollywood fez com filmes como Freddy vs. Jason e Alien vs. Predador, no entanto, o desenvolvimento não é muito bom.
O Chamado vs. O Grito, como o próprio nome diz, une Sadako – aqui no Brasil conhecida como Samara –, de O Chamado, e Kayako, de O Grito.
A trama
O Chamado vs. O Grito é praticamente um filme com duas tramas que só se encontram bem perto do final. Uma delas é a história das duas universitárias que têm acesso, sem querer, à fita amaldiçoada; outra é da estudante colegial que mora perto da mansão mal-assombrada.
Quem assistiu O Chamado e o Grito pode entender para onde essas duas histórias vão, mas o filme demora demais para unir as duas tramas. Mais do que isso, ele dá muito mais atenção para a trama de Natsumi do que para a de Suzuka, que parece estar presente apenas para que eles possam unir as maldições.
A história aqui é um tanto quanto fraca, e é óbvio que a ideia é apenas lucrar com essas duas personagens que já fizeram muito sucesso e atraem, invariavelmente, o público ao cinema, no entanto, o longa faz um bom trabalho quando coloca o professor Shin’ichi Morishige, especialista em lendas urbanas, analisando tanto a fita amaldiçoada, quanto a casa assombrada como lendas urbanas.
Aspectos técnicos de O Chamado vs. O Grito
A única pretensão de O Chamado vs. O Grito é vender ingressos, o filme não se preocupa muito com seu roteiro e nem com quaisquer outros elementos que foram estabelecidos nos outros filmes das duas franquias. O roteiro e até mesmo os personagens existem apenas para poder trazer à tona as duas assombrações.
O filme tem um ar de Lenda Urbana, franquia de filmes do final dos anos 1990 e começo dos anos 2000, já que também aborda os eventos aqui presentes como lendas urbanas, o que é bem interessante e coloca a dúvida sobre se esses acontecimentos são reais ou não, pelo menos, no começo do filme, para que ao longo do tempo a audiência perceba que os fatos são mesmo reais.
A trama dá um destaque muito maior para a história de Natsumi e Suzuka aparece muito pouco durante o filme, ganhando um pequeno destaque quase no final, como se a ideia fosse fazer mais um filme da franquia O Chamado, mas na falta de uma trama para tal, resolveram juntar as duas personagens. A junção das duas personagens é outra questão que deixa a desejar, as duas também só se encontram bem perto do final do filme e o momento que é o mais esperado, acaba sendo sem graça e não entrega tudo que foi prometido ao longo de 1h 38m.
O Chamado vs. O Grito dificilmente vai agradar os fãs de terror, os fãs de qualquer uma das duas sagas ou o público em geral. Embora tenha boas ideias, a junção das duas franquias não funciona, uma vez que Kayako fica quase que completamente esquecida durante boa parte do filme. O longa vale mais como curiosidade e para quem deseja assistir toda a franquia tanto de O Chamado, quanto de O Grito.