O Festival do Amor

Woody Allen está de volta em “O Festival do Amor“, um romancezinho safado, semi-autobiográfico, em que ele é o diretor e roteirista. O filme acompanha Mort, um cineasta que viaja para um festival de cinema na lindíssima cidade espanhola de San Sebastián para acompanhar sua esposa, que é agente de um jovem diretor. E basicamente ele só tá viajando porque tá mordendo a testa de ciúmes da relação da esposa com o diretorzinho.

A arte do cinema

O diretor Woody Allen parece estar mirando em filmes mais artísticos, evitando grandes obras que conversem com o grande público. É uma alternativa natural a alguém que foi recentemente cancelado e se envolveu em umas polêmicas tão bizarras, como as acusações de assédio da filha adotiva Dylan Farrow ou como o bizarro casamento dele com outra filha adotiva, Soon-Yi Previn, que é irmã adotiva de Dylan Farrow. É uma relação estranha, tem uns flertes com incesto, é uma coisa muito “Game of Thrones”, ou talvez eu que seja muito careta e pouco moderno, mas sei lá, não parece certo você ir para um orfanato, adotar uma menina e depois casar com ela, ainda bem que ele não adotou o Stuart Little, ia ser incesto e zoofilia ao mesmo tempo.

Enfim, é tudo muito confuso e eu entendo o Woody Allen querer evitar multidões e nem é por culpa da Covid. Este novo filme é mais artístico, ele brinca muito com o cinema europeu, que é um tipo de cinema que nem europeu assiste. Portanto, é um filme todo montadinho e dirigido para agradar cineasta pseudo-cult que vai ficar achando referência de filme antigo. Praticamente um “Homem Aranha – Sem Volta para Casa” para gente chata.

O Festival do Amor

Protagonista chato em O Festival do Amor

Como é característico do diretor, o filme tem sua ponta meio autobiográfica: o personagem principal é um chato de marca maior. Ele também é meio babaca, cheio de si e paranoico, nesse ponto o Woody Allen conseguiu criar uma pessoa bem parecida com ele mesmo.

O roteiro parece ter parado no primeiro rascunho. Fica a impressão de que faltaram umas revisões, que tinha um potencial ali, mas o diretor estava cansado demais se reunindo com advogado para prestar tanta atenção assim no projeto. É uma pena, já que os atores pareciam estar um pouco mais dedicados a gerar um filme legal. Wallace Shawn está particularmente bem, já que consegue entregar um personagem principal que é ao mesmo tempo empático e desagradável.

Talvez empático demais. Dado o histórico recente do diretor, fica a impressão que para um bom protagonista, faltou ser mais desagradável ainda.

O Festival do Amor

Nome Original: Rifkin's Festival
Direção: Woody Allen
Elenco: Wallace Shawn, Michael Garvey, Louis Garrel, Richard Kind
Gênero: Comédia, Romance
Produtora: Gravier Productions
Distribuidora: Imagem Filmes
Ano de Lançamento: 2020
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