O Mandaloriano – 2ª temporada – Disney +
História abraça mais da mitologia, sem perder os atributos que a classificaram como melhor produção sobre Star Wars
Jon Favreau conseguiu o feito de manter a qualidade de sua série, seguindo a narrativa adiante com o dobro de fanservices (mas não gratuitos), com mais da mitologia, mais personagens famosos e mais ação, sem deixar sua alma de lado em O Mandaloriano – 2ª temporada.
Caminhando para o terreno de spoilers, essa segunda temporada é um aceno para os tão sofridos fãs da franquia, quando a série resgata de outras produções do universo expandido figuras como Bo-Katan, Ahsoka Tano, Boba Fett e o inesperado Luke Skywalker (com a mesma tecnologia que “trouxe de volta” Leia e Moff Tarki nos filmes, com Max Lloyd Jones servindo de dublê para o corpo do Jedi, com o resto em CGi de Mark Hamill incluído ali decentemente) – claro, com alguns destes mais contextualizados na narrativa principal da produção do que outros, mas ainda servindo como prévias de suas próprias séries –, por isso é inegável que por mais bem realizado que tudo se execute por aqui, o excesso de estrelas por episódio tem uma função maior (mas algumas “correções históricas” foram finalmente feitas).
Isso quase deixa o esquema procedural e agradável de O Mandaloriano de lado – motivo do principal sucesso do primeiro ano. Mas Favreau e sua equipe sabem o que estão fazendo e acertam do começo ao fim nas realizações de suas intenções.
O Mandaloriano – 2ª temporada
Para tanto, além dos costumeiros tributos a filmes de faroeste, agora também temos acenos para produções sobre samurais, resgates de verdadeiras “guerras nas estrelas” entre as mais famosas espaçonaves de Star Wars e também enredos de sobrevivência. Nada nunca é gratuito por aqui e o escopo pulp se mantém firme.
O primeiro capítulo desse novo ano já começa otimamente, com a inclusão de Timothy Olyphant (que é a “cara” do faroeste moderno, em seriados singulares como ”Deadwood” e ”Justified”), seguido de um super tenso serviço de carona no episódio seguinte (o que fortalece a empatia por seu protagonista), incluindo o sufoco que ele passa com as aranhas, ou resgatando a parceria de velhos amigos – e inimigos – para as mais divertidas missões, explorando cada território com uma aventura diferente, atraente e agradável.
Nomes mais fortes como Robert Rodriguez e Peyton Reed, aliados a outros rostos de antes, Bryce Dallas Howard, Dave Filoni e o próprio Favreau, contribuem para a paixão de um material de fãs, feito para fãs (e nem somente para eles), se evidenciar em tela.
O que esperar?
O elenco continua tão apaixonado quanto antes. Isso está estampado nos rostos de Gina Carano, Ming-Na Wen, Rosario Dawson, Katee Sackhoff (quanta mulher incrível brilhando nas tramas, pela Força!), Temuera Morrison, Bill Burr e, claro, Pedro Pascal, que retorna ainda mais engajado no papel de seu carismático protagonista, que contra a uma vez que tirou o capacete na temporada anterior, nessa segunda retira em dois momentos, muito mais situações-chaves e menos gratuitas do que da outra vez, onde o ator consegue manter a linguagem e os maneirismos mesmo quando exposto, criando uma identidade única para ele.
A cena de despedida do último episódio é forte e honestamente emocionante. Por outro lado, Giancarlo Sposito, claramente não bem encaixado com suas caretas cômicas e figurado como um vilão sem graça, é facilmente descartado da história.
O arco de Grogu, o “baby Yoda” finalmente ganha um fecho, indicando que O Mandaloriano não terá uma vida tão longa assim no Disney+, já que outras 10 séries de Star Wars foram anunciadas, algumas derivadas desta e outras que levarão seus personagens a explorar outros tipos de enredos. Mesmo assim, restou a Mando (e sua criança – que certamente ele terá de volta antes do fim) o sabre negro e uma possível batalha por Mandalore.
Assim, com essa segunda temporada, Favreau e a Lucasfilm conseguiram não só resgatar a fofa criaturinha, como o amor dos fãs.