Polar, Netflix adaptando quadrinhos

Polar traz violência gratuita, edição descolada e muita saturação! O melhor assassino do mundo, Ducan Vizla, também conhecido como Black Kaiser, está prestes a se aposentar. É marcado pelo seu antigo empregador como fragilidade para a firma. Ele, então, é caçado por assassinos mais novos e mais rápidos. Sendo obrigado assim, a voltar para a vida que pensou ter abandonado.

Adaptando o quadrinho de 2009 de Victor Santos, “Polar: Came From the Cold“, o diretor sueco Jonas Åkerlund faz uso de praticamente todos os clichês existentes nesse gênero. Como exemplos temos o ex-assassino super habilidoso, quieto e soturno, mas que esconde um grande coração; a moça frágil que serve como alvo e vê no protagonista uma figura paternal; a prostituta com o filho, que tem a chance de sair dessa vida com muita grana fácil; o vilão excêntrico, que contrasta o herói; os capangas singulares, cada um trazendo uma técnica diferente; o assistente que guarda um arsenal; a reclusão e a vida pacata que sofre uma intervenção, entre tantos outros.

Mads Mikkelsen e Vanessa Hudgens em cena de Polar
Mads Mikkelsen e Vanessa Hudgens em cena de Polar

Polar: Kaiser Black

A medida que imprime certa personalidade no visual, traz uma edição descolada, cheia de ritmo e vigor, com cores muito saturadas e ângulos ousados e dinâmicos. Com litros e mais litros de sangue e violência gratuita (além de sexo, que não pode faltar na receita), que conseguem segurar o espectador até o minuto final.

Mads Mikkelsen está bastante à vontade no papel e consegue vender a ideia de um assassino aposentado que precisa voltar a ativa por conta da sacanagem de seu empregador. O mesmo não pode ser dito de Matt Lucas, o pior em tela, tentando emular um vilão bastante excêntrico, mas que soa apenas ridículo e genérico.

Matt Lucas é Blut
Matt Lucas é Blut

O que mais esperar?

A belíssima Katheryn Winnick ainda mantém certa decência em sua atuação repleta de esperteza e frieza, mas é Vanessa Hudgens quem surpreende por aqui. Ela assume o manto de uma moça traumatizada, desprovida de vaidade e que guarda um interessante segredo. É responsável pelo anti-clímax do filme, que funciona à sua maneira (além de permitir uma abertura para continuação, quase como se O Profissional trouxesse um desfecho distinto e pudesse seguir adiante).

Os demais atores cumprem seus papéis dentro dos estereótipos bastante divertidos e entregam uma boa composição de ação e adrenalina. Mesmo num mar de clichês, é estranha a adesão da personagem Jazmin, que surge do nada, apenas para armar o protagonista, mas não guarda qualquer background ou fundamento narrativo e soa bastante gratuita e solta no roteiro, sendo enfiada goela abaixo na trama.

Katheryn Winnick é Vivian
Katheryn Winnick é Vivian

Polar lembra uma mistura louca de John Wick, com Busca Implacável e Kingsman, mas você pode se divertir tentando encontrar outras referências óbvias que o diretor emprestou para dar vida a este longa, que também tenta manter certo escopo hereditário dos quadrinhos. O resultado final é mais do mesmo, mas é sempre bem-vindo um filme do tipo todos os anos.

Polar

Nome Original: Polar
Direção: Jonas Åkerlund
Elenco: Mads Mikkelsen, Vanessa Hudgens, Katheryn Winnick, Fei Ren, Ruby O. Fee
Gênero: Ação, Crime
Produtora: Constantin Film e Dark Horse Entertainment
Distribuidora: Netflix
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