Refúgio do Medo
O diretor Brad Anderson (do ótimo O Operário, e Fratura, que é basicamente o mesmo filme), se mantém na zona de conforto do suspense psicológico, mas agora abraçando o gótico e colocando esse Refúgio do Medo como algo entre a linha de “mistérios com reviravoltas” de Ilha do Medo (a tradução nacional certamente mirou nesse alvo) e as pirações cafonas mas bem-vindas de A Cura, e o que temos aqui é um manicômio que foi assumido pelos internos, enquanto os médicos estão aprisionados e um suposto doutor aparece como os olhos do público para se envolver nessa loucura.
O texto não é tão sério e grave como o filme de Scorcese, nem tão ousado no horror quanto a produção de Verbinski, transitando curiosamente entre ambos e entregando uma história com bela fotografia, em uma sessão não tão longa quanto seus similares e divertida na medida.
Mas quem se diverte realmente por aqui é o elenco, de Ben Kingsley a Jim Sturgess, de David Thewlis a Michael Caine, indo até a lindíssima Kate Beckinsale, todos os astros navegam entre o dramático e o cafona, com uma dose moderada de torturas, em um nível seguro o suficiente para essa ainda ser uma sessão familiar, com revelações que não vão surpreender, mas ao menos são honestas com a proposta.