Relatos do Mundo – Previsível e didático
Drama sobre o poder das narrativas mira no coração do público
Paul Greengrass (da franquia “Bourne“), retoma seus trabalhos com Tom Hanks (após “Capitão Phillips“), adaptando o romance Relatos do Mundo de Paulette Jiles. A trama coloca um homem que viaja de cidade em cidade lendo notícias de jornais e acaba se deparando com uma garotinha que vivia com nativos-americanos e resolve levá-la de volta para a casa.
Usando batidas extremamente didáticas (problema – solução – rotina apaziguante e assim por diante ciclicamente), Greengrass conduz o longa dentro de um terreno seguro e fortemente previsível. Você já sabe, de antemão, como tudo vai acabar, ou como a situação X ou Y vai se desenrolar, mas, mesmo assim segue em frente.
Enquanto isso, o filme nos oferece belas paisagens nesse western sofisticado fotograficamente, com atuações competentes do elenco. Hanks principalmente, já que o filme é feito para ele brilhar, independentemente das incongruências que isso leve. Mas eu ficaria de olho na menina prodígio Helena Zengel. Há também algumas tomadas tocantes. O grande trunfo do filme mesmo se recai sobre o poder das narrativas, mas mesmo esse ponto é pouco abordado por aqui.
O texto, por outro lado, parece não carregar a força do livro e fica com as abordagens somente na superfície. De qualquer maneira, Relatos do Mundo pode agradar um público mais família, que busque uma opção leve de entretenimento, considerando que a obra seja bastante otimista, afinal, já que oferece um desfecho positivo. Aos fãs de western, nem tanto, mas ainda tem uma cena aqui, outra ali, que cabem dentro do gênero. E é Tom Hanks sendo Tom Hanks, o que pode valer uma sessão.