RPG Quest – A Jornada do Herói, renasce os jogos de tabuleiro

O RPG Quest surge na tentativa de trazer de volta o espírito do RPG para os jogadores das antigas. Até os anos 2000 os jogos de tabuleiro eram populares e começavam a ganhar peso do mercado brasileiro, em paralelo, o mercado de RPGs e Cards também emergia trazendo e promulgando uma cultura que se você que está lendo tiver mais que 25 anos, lembra bem. Essa lembranças não foram construídas pela tecnologia, marketing ou pelo tema, as lembranças que temos é de inúmeras aventuras e desafios com nossos amigos. Se por um lado alguns perdiam a carona na hora de ir embora por ter feito “esqueminha” no WAR, irritando o motorista perdedor, por outro lado temos noites e fins de semana de histórias e Role in Play junto a amigos, pizza e coca-cola, quando dava.

Quase 2 décadas depois, com menos tempo, os dois estilos tiveram que se adaptar para receber os jogadores do gênero, enquanto os jogos de tabuleiro tentam construir partidas rápidas e usam da tecnologia para integrar ou facilitar a jogatina, os RPGs agora são massivos e contam histórias tanto utilizando as GPUs dos celulares quanto utilizando os vários núcleos gráficos dos potentes computadores gaming. Se em algum momento você pensou se seria possível juntar os dois estilos e ainda prover diversão durante horas, em uma partida que pode e deve terminar em uma única tarde, então talvez você estivesse pensando em RPG Quest, a Jornada do Herói.

A convite de Marcelo Deldebbio, uma das lendas do RPG nacional, o Vitamina Nerd teve a oportunidade de jogar o boardgame que encontra-se disponível no catarse para financiamento coletivo. Utilizando dos conceitos da Kaballah Hermética, ramo de estudo que Deldebbio domina, o jogo é construído de maneira sinérgica e cada movimento parece ter sido calculado várias vezes por seu criador, mas vamos com calma!

A Mesa de RPG Quest

A montagem do tabuleiro começa com o sorteio das peças, assim como em um quebra-cabeça o jogador é convidado a montar o cenário de maneira aleatória enquanto pega as cartas do monte, aqui, o jogo se demonstra similar aos games sandbox que a cada início apresentam uma paisagem aleatória para o jogador, oferecendo sempre um jogo novo. O que antes parecia existir somente em grandes programações de jogos para computadores, surge na mão de quem adquire o tabuleiro e oferece novidades a cada vez que é montado.

Similar as regras convencionais de RPG, o jogador tem um conjunto de espaços a ser percorrido sendo alguns deles passíveis de emboscadas, que vão interromper a jogada para prover um desafio de combate. Desafios são sorteados no início e são distribuídos pelo tabuleiro oferecendo uma segunda camada de personalização. Em uma partida um dragão lendário pode começar no meio de uma área congelada, dando a entender que a maldição do dragão congelou o lugar e dando margem a sua imaginação, em outra partida, esse mesmo dragão pode estar próximo a um caverna em uma floresta, simbolizando que talvez você esteja chegando perto demais de seu covil.

Junte tudo isso a um barqueiro, portais e peças maneiras, que representam com qualidade a missão e aventura que o jogador terá que enfrentar para conseguir Pontos de Vitória e vencer o jogo.

O Jogo

Além dos desafios anteriores, o jogador recebe sua própria missão onde muitas vezes terá que pegar algo aqui e levar ali, enfrentar inimigos ou coletar artefatos. Mais uma vez o jogo oferece flexibilidade permitindo escolher qual missão se aventurar. Nessas aventuras, o objetivo deixa de lado a competitividade entre os outros jogadores e oferece um jogo que exige cooperação, uma vez que os próprios NPCs do tabuleiro tentarão destruir o reino e você e os outros heróis não vão permitir, certo?

Para combater os inimigos, as cartas dos personagens que o jogador recruta para ajudá-lo em sua jornada possuem 3 elementos: Força, Agilidade e Magia, onde a soma dos pontos vai definir o nível de desafio que você vai enfrentar. Com dois personagens com 3 de força, enfrentar um inimigo que possua nível de dificuldade 10 de força fica fácil, uma vez que o jogador terá que tirar pelo menos 4 na soma dos dois dados para vencê-los, enquanto esses mesmos personagens enfrentando um inimigo que exija 10 de magia provavelmente precisará de muita sorte nos dados.

É possível evoluir os heróis, conseguir itens e conquistar títulos. De desafio em desafio o jogador tentará conquistar Pontos de Vitória, que previamente combinados, permitindo estender ou diminuir o tamanho da campanha, oferecendo um tempo de jogo que se encaixa no seu tempo e no de seus amigos.

A Magia

Com belos traços e peças de qualidade, RPG Quest é um jogo bem pensado e que traz uma explicação para cada detalhe da aventura. Vindo de meados dos anos 2000 e chegando a sair em uma versão mais simplista junto com as revistas da época, o jogo foi reformulado muitas vezes, sempre rumo a melhoria baseada no feedback daqueles jogaram ao longo dos anos e se identificaram com a ideia.

Desde a beleza das pedras de Safira que simbolizam as ações dos personagens e que são passadas adiante a cada movimento, até o rolador de dado que parece um castelo, tudo no jogo parece transportá-lo para dentro de um mundo conflitante e uma mensagem em alto e bom som parece sair do tabuleiro: você está pronto para enfrentar os desafios de RPG Quest?

Baseado na Kaballah Hermética, o jogo ainda traz nomes reconhecidos pela maioria dos fãs do gênero do ocultismo, oferecendo não só itens e personagens como também a sensação de que está tudo conectado, e está.

Unidos vamos mais longe

O jogo está disponível no catarse, ferramenta de financiamento coletivo, conseguindo atingir sua meta inicial e oferecendo novos recursos a cada nova meta atingida. Com um preço muito melhor do que a maioria dos boardgames por aí, é a oportunidade de investir em uma diversão sem limites. E você? Vai perder essa?

Clique aqui e conheça mais sobre o projeto no Catarse.

Agradecimento especial a Marcelo Deldebbio pela oportunidade