Servant – 1ª temporada
Suspense psicológico Servant flerta como O Bebê de Rosemary, mas vai além.
Criação de Tony Basgallop, com M. Night Shyamalan imprimindo sua identidade no episódio piloto, a série coloca pais em luto pelo bebê falecido, contratando os serviços de uma babá para cuidar do boneco que ficou no lugar da criança real, ajudando a manter o delírio da mãe, que está em negação, até o dia que um bebê de verdade aparece naquele berço.
Toda essa estranheza poderia ter saído de um dos melhores episódios de Além da Imaginação (e ultimamente, várias produções parecem oriundas dessa estrutura estranha proposta pelo seriado clássico, o que é ótimo), também herdando elementos do clássico terror de 1968 de Roman Polanski. Claro que as semelhanças a O Bebê de Rosemary estão mais na atmosfera e na estrutura suspeita da vizinhança ou das pessoas estranhas que ficam entrando na casa dos protagonistas, mas o texto não fica na obviedade e, mesmo fechando o primeiro ano sem respostas claras quanto ao bebê, ao menos ilumina um pouco mais as sombras sobre a babá.
Servant – 1ª temporada
Nell Tiger Free (que veio de Game of Thrones) é o grande destaque do elenco, com uma personagem ao mesmo tempo sinistra, estranha, mas também complexa e sensível, que parece atuar mais como uma força da natureza encontrável, do que meramente má.
A produção ainda conta com os excelentes nomes de Toby Kebbell (o pai cético que a antagoniza), Lauren Ambrose (a mãe fragilizada que sorri mesmo diante do absurdo) e Rupert Grint (o cunhado casca-grossa que promete ainda mais para o futuro, no melhor papel da carreira do astro de Harry Potter), além de outras figuras bem-vindas, como Boris McGiver e Tony Revolori.
Com episódios curtos de meia hora cada, Servant é o tipo de série para ser devorada no primeiro jantar, mesmo que não faça boa digestão (no melhor sentido da metáfora, é claro).