Supernatural – 12ª temporada, como um gibi de herói
Interminável, mas familiar e divertida
Quem chegou até aqui, não vai largar o osso agora. Supernatural é uma série feita de fãs para fãs. É inegável que a história criada por Eric Kripke foi planejada para ter 5 temporadas, portanto elas são irretocáveis e realmente muito acima da média. De qualquer forma, as temporadas continuaram, com altos e baixos, mas sempre mantendo a fórmula de sucesso e se mantendo como fenômeno da cultura pop mundial.
Você sabe que as mortes não tem o mesmo peso de antes e que quem morreu, provavelmente retornará no futuro. Que sempre existirá o vilão da vez, retirado de alguma brecha narrativa (a irmã de Deus, criaturas do Purgatório, braços direitos de Lúcifer, etc) e que os irmãos Winchester sempre serão quebrados (ou um deles morre, ou vira-casaca). Tudo é previsível e infinito, assim como um gibi mensal de super-herói. Eis o charme de Supernatural.
Supernatural – 12ª temporada
O formato está desgastado, é claro, mas dada a forte familiaridade que os fãs do seriado têm com a dramaturgia batida, não cansamos da produção e continuamos assistindo nas horas vagas. Agora, mais pé no chão e ciente do esgotamento de ideias, os roteiristas investiram em uma trama mais sóbria e menos espetaculosa, ainda mais após os eventos envolvendo a Escuridão, o que não quer dizer que não tenham guardado uma surpresa aqui e ali.
Assim, a mãe da dupla é trazida de volta à vida, e sente-se deslocada do tempo, tal qual um Steve Rogers. Porém, Samantha Smith é uma atriz muito limitada, com nenhuma expressão. Suas caras e bocas paralisadas servem tanto para raiva quanto para alegria. Isso deixa sua a Mary Winchester pouco carismática e difícil de torcer para que ela continue junto dos filhos.
As novidades
Agora foi incluída na trama a versão britânica dos homens de letra, o que é ao mesmo tempo uma expansão interessante da mitologia dos caçadores, como também um desafio médio para os heróis. No mais, temos Lúcifer tentando conseguir uma nova casca após fugir de seu aprisionamento, ele engravidando uma humana no processo (o que gera um poderoso nefilim, o que preocupa todos os lados) e, com isso, o enredo se dividindo em vários núcleos para render nos arrastados 23 episódios (um formato procedural ultrapassado, tendo em vista que 10, 8 ou até mesmo 6 episódios tem se provado muito mais eficientes para qualquer produção atual), tendo além dos irmãos protagonistas, as duplas formadas por Castiel e Crowley, ou Crowley e Rowena, ou Castiel e a grávida, Mary e um Homem de Letra Britânico e por aí vai.
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Vale ainda um destaque para a adesão dos Príncipes do Inferno e gêmeos caçadores, que são meio bruxos. Sendo que a maioria desses personagens já não tem o mesmo fôlego e graça de antes, incluindo aí o anjo e o demônio. O que segura a maior parte dos episódios, afinal, continua sendo Dean e Sam, eternizados em seus papéis e mais do que à vontade caçando monstros por aí.
Planejado para ter um gancho curioso para a próxima temporada, essa 12ª tem uma montanha-russa de qualidade, como todas as outras desde a sexta, mas sem deixar a peteca cair, coloca os protagonistas num cenário onde muitos corpos de amigos são deixados para trás e eles se veem cada dia mais sozinhos e cada vez mais perto do fim, como agora sabemos que a série finalmente terá em sua 15ª temporada. Supernatural não é para todos, então, consciente disso, segue realizando um produto para fãs e nesse ponto, mantém a satisfação no resultado final.