Um Contratempo

Com um suspense de primeira, o espanhol Oriol Paulo (de Durante a Tormenta) flerta o tempo todo com Agatha Christie, Hitchcock e Brian De Palma, colocando um ricaço e sua amante envolvidos numa trama acidental que termina em tragédia no longa Um Contratempo.

Conduzindo o público através dos diálogos entre o protagonista e uma advogada, o diretor faz um ótimo uso de sua máxima “atenção aos detalhes”, que é voltado tanto para o acusado, quanto principalmente para o espectador, já que por aqui nada é o que parece.

E dependendo de quem conta uma versão, os rumos mudam. Esse jogo de vaivém, com pequenas reviravoltas, funciona do começo ao fim. A fotografia, que alterna do azul para o amarelo e então o verde, também contribui para expor nuances da narrativa.

Alguém está mentindo e você vai descobrir no final, com uma resolução um tanto quanto exagerada (à lá Missão Impossível), mas que funciona na proposta e não onera a sessão, pelo contrário. Um Contratempo acaba sendo uma surpresa e tanto.

Nota do editorial: fizeram um remake totalmente desnecessário e exatamente igual, porém, em italiano e você pode conferir a resenha da Veri Luna aqui.

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