Vou Morrer Amanhã – She Dies Tomorrow

Esse é um daqueles filmes que usa das abstrações para parecer mais inteligente do que não é, enquanto arrasta o público para o meio do nada, em uma sessão entediante. Mas a ideia por trás de Vou Morrer Amanhã não é de todo ruim e teria funcionado muito bem em um curta-metragem.

Amy Seimetz escreve e dirige essa história incomum (que não segue uma narrativa padrão, nem atos, nem clímax), que coloca em uma personagem aparentemente saudável e comum, a ideia de que ela irá morrer no dia seguinte. O que pode e, provavelmente é, uma crise de ansiedade (eu que o diga, volta e meia tenho pensamentos do tipo, tão pavorosos quanto), logo é compartilhado com uma amiga, que então — através de um insight (interessantemente representado por um jogo de luz, sombras e cores de nível epilético) –, também passa a ter a mesma sensação de morte. Essa amiga compartilha com um grupo de pessoas e assim por diante, o que torna a ideia “transmissível” (ou em nível de histeria coletiva, como quiser).

É inegável a qualidade de atuação de Kate Lyn Sheil (o único destaque do elenco mediano) em Vou Morrer Amanhã, que se entrega em performances de fora para dentro, sufocantes e desesperadas, e é sagaz o quão Seimetz sabe usar o espaço e os ambientes num enquadramento fechado, para reforçar esse contexto de agonia. Não há dúvida da qualidade cinematográfica da cineasta, mas com suas idas e vindas no tempo em um enredo circular, onde nada realmente acontece e nenhuma resposta é dada (em sua premissa proposital), eu reforço: teria funcionado incrivelmente em um curta-metragem. Mas não foi o caso aqui.

Nome Original: She Dies Tomorrow
Direção: Amy Seimetz
Elenco: Kate Lyn Sheil, Jane Adams, Kentucker Audley
Gênero: Drama, Fantasia, Mistério
Produtora: Rustic Films
Distribuidora: Synapse
Ano de Lançamento: 2020
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