O Amor Dá Trabalho, com Leandro Hassum
O Amor Dá Trabalho conta a história de Anselmo (Leandro Hassum), um funcionário público nem um pouco interessado em fazer seu trabalho, que após um acidente em sua repartição, fica preso no limbo. Na tentativa de não ir para o inferno, ele recebe a missão de bancar o cupido e unir um casal, Elisângela (Flávia Alessandra) e Paulo Sérgio (Bruno Garcia), a fim de lhe garantir a ida ao céu.
Sendo otimista, a tentativa de comédia aqui é ultrapassada, e usa de meios totalmente desnecessários e forçados pra que isso aconteça. Piadas com mensagens preconceituosas, machistas, objetificando o corpo feminino, muitos palavrões, gestos obscenos, entre outras coisas, fazem parte do longa, e mostram claramente a tentativa desesperada de humor.
O filme também traz a ideia de que mulheres perto dos 40 anos são “encalhadas”, uma vez que Elisângela é uma solteira de 37 anos. Enquanto isso, Paulo Sérgio é um homem bem sucedido, um típico bom partido, sem qualquer menção de bom caráter. Ou seja, com grande facilidade em arrumar mulheres e muitas vezes comparado a George Clooney. Entretanto, ele não deixa claro o motivo do abandono de Elisângela no altar, 12 anos antes, sem qualquer justificativa. Apenas traz a personagem à mercê do tal galã, quando na verdade deveria ser ao contrário, já que foi ele quem a abandonou.
O Amor Dá Trabalho
Vale falar também de cenas mal feitas, onde Anselmo aparece rolando no chão, como se tivesse sido lançado de algum lugar; e a cena do acidente que o leva pro limbo, onde um arquivo cai em cima do mesmo. Tais cenas ficaram tão feias, que chegam a ser engraçadas, mas duvido que esse era o propósito.
Pelo menos há uma tentativa de representatividade com dezenas de divindades, de diferentes crenças. Eles compõem um painel dos deuses onde Anselmo vai parar. Ali temos grandes nomes como Hélio de La Peña, Dani Calabresa, Falcão, Paulinho Serra, Maria Clara Gueiros e Felipe Torres. Mas, o que poderia ser uma grande sacada, acabou ficando um humor infantilizado e sem grandes encenações.
Por outro lado, a trilha sonora é boa, e conta com muito samba e outras músicas nacionais. Além disso, há o clássico romântico que compõe a trilha sonora do casal em questão. No fim, o filme é bobo e clichê. E não poderia nem ser um filme de “Sessão da Tarde”, afinal, há uma quantidade enorme de palavrões.