Clickbait: Pense Antes de Clicar

A influencier Bailey (Amanda Colby Stewart) começa a ver sua popularidade cair quando uma colega, Laura (Jannica Olin), revela que está com câncer e passa a ganhar mais atenção. Bailey então, se vê disposta a tudo para conseguir o mesmo que Laura.

Quando um stalker começa a persegui-la e Bailey nota que isso aumenta sua popularidade online, ela passa a atrasar a investigação o máximo possível, o que acaba se tornando uma decisão perigosa.

A internet

Pense Antes de Clicar é um filme de 2019 que traz questões bem atuais, o tema central do filme, por exemplo, é a internet e o mundo das “influencers digitais” e como ele é, eventualmente, falso e absurdo. A protagonista do filme é Bailey, que é aparentemente uma patricinha burra e fútil, e que mantém uma vida virtual movimentada, mas ela começa a perder visualizações e seguidores quando outra influencer, Laura, revela que está com câncer e tira uma parte do público de Bailey.

Bailey imagina que sua sorte mudou quando descobre que está sendo perseguida por um maluco, e ela resolve que vai atrasar a investigação para que tenha bastante tempo para movimentar suas redes.

Pense Antes de Clicar faz uma espécie de análise sobre a necessidade de ser popular nas redes sociais. Todas as situações que envolvem essas questões são absurdas, como por exemplo, a protagonista sentir raiva de uma jovem doente ou atrapalhar uma investigação que pode salvar a sua vida, mas essas situações mandam o recado que o longa quer passar, que é o quanto somos ditados por nossas mídias sociais e quão saudável é o conteúdo que consumimos.

Uma sátira

Mas é importante manter em mente que o longa é uma sátira, não é exatamente um filme de terror e fica bem ali no meio dos gêneros do terror e da comédia. Não só a trama é um tanto quanto absurda e o roteiro nos joga uma série de situações que não aconteceriam na vida real, pelo menos não de maneira aberta como acontecem aqui, como ele é cheio de detalhes que comprovam isso.

Durante vários momentos assistimos a uma propaganda de um Pop-Tart – uma espécie de biscoito que faz muito sucesso nos Estados Unidos – radioativo, que se vende exatamente com essas qualidades, além disso, nas cenas em que vemos cadáveres eles são claramente bonecos bem exagerados, que estão ali de maneira proposital se passando por cadáveres humanos. O mesmo acontece na cena em que Bailey e sua colega de quarto, Emma (Brandi Aguilar), matam um rato, que é só uma pelúcia, que nem foi disfarçada para parecer real.

O filme tem, de maneira geral, um tom de comédia, quase como se estivéssemos acompanhando um filme adolescente, daqueles que se passam em colégios americanos, e não um terror. Por todos esses elementos, Pense Antes de Clicar tem um ar de farsa, como se o telespectador precisasse topar entrar nessa brincadeira para entender o que está vendo em cena.

Aspectos técnicos de Pense Antes de Clicar

É difícil dizer que este é um filme bom porque ele tem uma série de dificuldades que atrapalham o seu desempenho, mas o tom de comédia, que é proposital, e o fato do longa não se levar a sério, ajudam muito, já que se ele fosse um filme de terror comum, que se leva muito a sério, ele seria terrível. Ainda assim, Pense Antes de Clicar depende muito de que o telespectador compre a proposta, o que pode ser um problema.

O filme tem algumas boas ideias, como por exemplo, desmistificar o clichê da patricinha fútil e burra, já que embora Bailey pareça ser essa pessoa no começo, ela se mostra muito inteligente e extremamente preocupada e fiel à sua amiga, Emma, com o tempo. Parte disso se deve a atuação de Amanda Colby Stewart, que é bem competente.

O longa tenta analisar a importância da internet e das redes sociais nas nossas vidas e como, muitas vezes, ela foge do controle, mas o seu tom de piada faz com que a mensagem também não soe séria. Pense Antes de Clicar também pode decepcionar os fãs de terror, já que ele não pode se incluir nesse gênero, e nem funciona muito bem como um filme trash. Ele até flerta com o slasher, mas também não é um bom exemplo desse subgênero. O resultado final é um filme ruim, ainda que seu tom de farsa o deixe menos desagradável do que poderia ser.