American Gods – 3ª temporada (a pior de todas)
Série esquece de sua narrativa principal e vai de nada a lugar nenhum em uma temporada esquecível
Com a troca de cadeiras entre showrunners e alguns atores retirados do elenco, a terceira temporada da produção que adapta o famoso livro de Neil Gaiman se descaracterizou um bocado, fazendo com que alguns personagens precisassem ser reinventados pelo caminho de maneira completamente desinteressante.
American Gods – 3ª temporada
A começar por Shadow Moon, que deixa sua sisudez de lado, para abraçar um tom mais humano na agora figura de Mike, com um arco de romance policial em uma pequena cidade, com alguns assassinatos (sério que ninguém sacou que… spoiler… era a velhinha o tempo todo? Isso era fortemente óbvio).
Wednesday fica dando voltas no próprio rabo e protagoniza um momento péssimo em um hospício, que não dá em nada, portanto fica evidente que foi só embromação para alimentar os 10 episódios — aqui, completamente desnecessários.
Laura percorre uma jornada inicialmente curiosa, mas logo nota-se que seu arco, criado exclusivamente para a série, começa a perder significado e por mais que ela cumpra seu objetivo, ele é esvaziado muito antes do clímax.
A Rainha de Sabá e o Garoto Tecnológico são provavelmente as figuras mais perdidas de todo o enredo, com jornadas próprias sem sentido algum, chatérrimas e que saem do nada para o nada, um martírio de se acompanhar. Salim está sobrando ali e não entendi até agora porque vemos vários atores assumindo a forma de Mr. World, só soou gratuita mesmo.
O que aconteceu?
É claro que, se olharmos isoladamente, os núcleos na cidade pequena com Mike ou o road movie de Odin pela América do Norte, poderiam render histórias a parte com outras pegadas, mas isso é American Gods, uma série que começou espetacular e impecável em sua primeira temporada, caiu um pouco na segunda — mas ainda se manteve muito em alta, principalmente nas abstrações delirantes e que, agora, mesmo com os arroubos artísticos, não consegue segurar as pontas. Afinal, uma bela fotografia e direção de arte, somada com incríveis efeitos especiais para o streaming são só papel de parede se não tiver história para contar.
Chatérrimo, arrastado e sem rumo, com videoclipes delirantes fingindo ser uma sequência, American Gods – 3ª temporada só se encontra com a história que começou a contar no último episódio, que aponta para um necessário quarto e último ano, porque ficou evidente que os roteiristas não sabem mais o que fazer por aqui, então é melhor encerrar, mesmo que já não tão marcante como antes. Uma pena.