Convite Maldito
Romance gótico moderno presta um divertido tributo a um clássico do horror
A roteirista e diretora de Convite Maldito, Jessica M. Thompson, coloca a ótima e lindíssima Nathalie Emmanuel (Game of Thrones, Velozes e Furiosos 7), como uma carismática nova iorquina que vive de bicos, até que, aos buscar suas origens em um site de mapeamento genético, descobre uma herança familiar britânica, sendo levada até a Inglaterra, onde conhece um lorde inglês (o galante Thomas Doherty) e toda a burguesia que o rodeia (entre eles, Stephanie Corneliussen, Alana Boden e Sean Pertwee, reprisando seu terceiro papel de mordomo na carreira), em uma típica mansão… gótica.
Com uma narrativa que alterna entre o suspense do que ocorre no local durante a madrugada e uma comédia romântica, Convite Maldito vai caminhando pouco a pouco para o gênero ao qual realmente pertence, o horror. Depois de “Corra!” ter feito escola, outras produções com protagonistas pretos que se envolvem em situações constrangedoras e depois de risco, com temática racial e social, vieram à tona, com maior e menor qualidade, às vezes flertando com o sobrenatural, às vezes só se mantendo na metáfora (entre os mais recentes, temos “Corra, Querida, Corra“, “Nanny“, “O Que Ficou Para Trás” etc.). Nessa pretensão de debate, o longa parece ficar apenas no meio do caminho, mas acerta mais enquanto tributo aos clássicos do cinema de gênero, com uma fotografia estilizada e efeitos esforçados.
Ainda que a reviravolta e a resolução sejam previsíveis, não se tira a graça dessa produção simpática e empoderada na HBO Max.