Druk – Mais uma Rodada – Com Mads Mikkelsen

Indicado da Dinamarca ao Oscar de melhor filme internacional

Martin (Mads Mikkelsen) é um professor frustrado que, junto com três colegas, resolve testar a teoria de que manter o nível de álcool na sua corrente sanguínea de maneira constante pode trazer benefícios. No começo, eles percebem resultados positivos, mas com o tempo, as coisas começam a sair do controle.

Druk – Mais uma Rodada é especialmente focado no professor de história, Martin, que demonstra estar infeliz com o trabalho, além de cansado e frustrado com sua vida em família. Martin parece tão deslocado, que até seus alunos passam a reclamar de suas aulas paradas e chatas.

Em Druk, o álcool é um elemento que conecta todo o filme
O álcool é um elemento que conecta todo o filme

Ao mesmo tempo, acompanhamos Tommy (Thomas Bo Larsen), Peter (Lars Ranthe) e Nikolaj (Magnus Millang), outros três professores. Eles são colegas de Martin, e se sentem da mesma maneira que ele, achando que a vida está tediosa.

Em uma noite, os quatro ficam completamente bêbados e se divertem, chegando à conclusão que a vida é muito mais empolgante quando eles estão alcoolizados. A partir daí, eles resolvem testar uma teoria de que manter um nível alto de álcool no sangue faz com que eles se tornem mais interessantes e mais inteligentes.

A teoria de Druk

Os quatro professores começam com uma quantidade pequena de álcool, que é suficiente para que eles não fiquem sóbrios, mas estejam longe de estarem bêbados.

Martin é um professor frustrado e insatisfeito
Martin é um professor frustrado e insatisfeito

No começo, tudo funciona às mil maravilhas. As aulas de Martin se tornam interessantíssimas, seus alunos participam e passam a gostar cada vez mais dele, e seu casamento melhora muito. Tommy, Petter e Nikolaj se sentem da mesma forma e os quatro tem a certeza de que fizeram a escolha certa.

Justificando seu novo modo de vida com personalidades que bebiam com frequência e que criaram obras geniais, como Ernest Hemingway, os homens começam a beber cada vez mais e passam a dar aulas bêbados, o que claro, começa a dar errado.

Os professores se perdem nas aulas, não servem de exemplos a seus alunos e ainda incentivam que eles também bebam quando precisam enfrentar seus medos. A quantidade de álcool ingerida aumenta e os problemas também.

Druk não tem a intenção de ser uma palestra anti-álcool
O filme não tem a intenção de ser uma palestra anti-álcool

Aspectos técnicos de Druk – Mais uma Rodada

O filme está muito ciente da mensagem que quer passar e, por isso, tem alguns aspectos bem interessantes. A bebida alcoólica é o elemento comum entre quase todos os personagens e que está presente do começo ao fim da trama.

Na primeira cena, acompanhamos um grupo de jovens completamente bêbados, andando de trem e causando uma comoção tão grande que precisa ser interrompida pelos guardas do local. Esses jovens são os alunos de Martin, Tommy, Peter e Nikolaj, que motivam a escola a começar uma política anti-álcool.

Ao mesmo tempo que acompanhamos a energia dos jovens, ainda mais exacerbada pela bebida, também assistimos a Martin andando pela escola e fazendo alongamentos, numa clara alusão a sua idade e seu cansaço.

Mais tarde, o longa iguala os professores aos alunos, quando os primeiros ficam igualmente – ou até mais – bêbados e também andam pela cidade causando comoções e se divertindo. O álcool continua sendo um assunto enquanto esses homens buscam uma satisfação para as suas vidas, e quando eles passam do limite.

Druk- Mais uma Rodada faz questionamentos sobre a insatisfação e a frustração
Druk- Mais uma Rodada faz questionamentos sobre a insatisfação e a frustração

Aceita um drink?

Por outro lado, Druk não é um filme moralista, não existe nenhuma palestra sobre os malefícios do álcool ou sobre o que pode acontecer com você se você beber todo dia, ele apenas mostra situações, algumas melhores e outras piores, que derivam da teoria que os personagens se dispõem a testar. A ideia claramente não é passar uma mensagem anti-álcool, uma vez que durante boa parte do filme esses homens parecem muito mais felizes, produtivos e inteligentes quando não estão sóbrios.

É quase como se o próprio diretor Thomas Vinterberg também se perguntasse como seria a vida se ele nunca estivesse completamente sóbrio, sem querer dar a isso uma característica positiva ou negativa.

Embora os quatro personagens principais tenham bons momentos e se seus intérpretes se saiam bem, Mads Mikkelsen é quem mais se destaca. A insatisfação de seu personagem é a que acessamos primeiro e é a vida dele que acompanhamos na maior parte do tempo, por isso é mais fácil se relacionar com ele.

Mads Mikkelsen em cena do filme
Mads Mikkelsen em cena do filme

O indicado da Dinamarca ao Oscar

A ideia de Druk é bem instigante e diferente. O filme, no entanto, se torna lento depois de um tempo, uma vez que circunda sempre nas questões e problemas desses quatro personagens, que podem ou não derivar da bebida.

O longa parece, então, uma tentativa de testar uma teoria, o que funciona, mas para além disso, fala sobre insatisfação pessoal, frustração e sobre o eterno questionamento humano se estamos vivendo a vida da maneira correta. O filme está concorrendo nas categorias de Melhor Diretor e Melhor Filme Internacional e estreia no dia 25 de março e entra no streaming: NOW, Vivo Play, Sky Play, iTunes/Apple TV, Google Play e YouTube, dia 16 de abril.

Druk - Mais Uma Rodada

Nome Original: Druk
Direção: Thomas Vinterberg
Elenco: Mads Mikkelsen, Thomas Bo Larsen, Magnus Millang, Lars Ranthe, Maria Bonnevie
Gênero: Drama, Comédia
Produtora: TrustNordisk, Zentropa Entertainments, Film i Väst, Zentropa International Sweden, Topkapi Films, Zentropa Netherlands
Distribuidora: Vitrine Filmes
Ano de Lançamento: 2020
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