Mundo em Caos

Adaptando o best-seller de Patrick Ness, o diretor Doug Liman (do ótimo No Limite do Amanhã) apresenta uma ficção científica que parece diferente (por conta dos tais “ruídos”), mas só na superfície, pois por dentro ainda é mais do mesmo.

Com personagens sem carisma e atores ligados no piloto automático (Tom Holland consegue representar um rapaz bronco e simplório, enquanto Daisy Ridley não sabe se é medrosa ou corajosa e isso pode ser um erro de roteiro ou direção, mas nenhum deles brilha um momento sequer e não são figuras conectáveis), resta ao longa o worldbuilding, que até é interessante, didático e compreensível ao longo da narrativa (com bons efeitos e boa ação, mas ainda muito fechada dentro de um nicho que já viu momentos melhores). Mads Mikkelsen promete um vilão e tanto, mas isso jamais se concretiza e o clímax insosso é uma prova cabal da falta de energia e propósito nesse enredo.

Todo o lance acerca dos ruídos vem com uma interessante premissa (que conversa com os dias de hoje, tanto literalmente com os ruídos que temos pelo excesso de informação das redes sociais, quanto pela falta de privacidade que elas promovem), assim também como a tentativa de discurso sobre masculinidade tóxica, que encontra bons momentos aqui e ali e, dessa maneira, Mundo em Caos se apresenta como um entretenimento que não faz feio, mas também não brilha, não mostra a que veio e vai ficando pelo caminho.

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