Operação Hunt
A trama de Operação Hunt se passa na década de 1980 e conta a história de Park Pyong-ho (Lee Jung-jae, protagonista da série “Round 6“) e Kim Jung-do (Jung Woo-sung), dois policiais de diferentes agências sul coreanas que recebem ordens de se juntarem e impedir o assassinato do presidente da Coreia do Sul.
Mesmo tendo o objetivo em comum, os dois agentes possuem um passado conturbado juntos, o que só alimenta a suspeita de que um dos dois é o Donglim, o espião infiltrado na polícia, que é encarregado de vazar informações e facilitar o assassinato do presidente.
Personagens de Operação Hunt
O longa se vende como um filme de detetive onde há um espião entre os dois personagens principais e o público vai conhecendo suas histórias e descobrindo seus segredos.
Os atores principais dão um show de atuação, com cada um tentando nos convencer que não é o espião, porém a direção do filme acaba influenciando o espectador a acreditar mais em um dos policiais.
Mesmo com essa falha, o filme trabalha bem mostrando dois agentes com ideais e métodos diferentes de investigação.
Eventos
Possuindo mais de 2 horas de filme, o longa aproveita todas as oportunidades que tem para mostrar eventos, brigas e revelações que são intensas e que surpreendem quem está assistindo.
Infelizmente, como o filme já trata de traições, ele acaba traindo um pouco também o espectador, que pode facilmente se perder com a quantidade de informações passadas, pois as tantas reviravoltas deixam um pouco difícil entender a motivação de cada personagem, incluindo os secundários.
Ambientação e efeitos especiais
Desde as primeiras cenas é possível notar um interesse em produzir um cenário muito bem feito, mesmo que ele não seja um dos destaques principais.
A trilha sonora cumpre bem o seu papel, sendo muito próxima às que ouvimos em filmes norte americanos de ação como Jason Bourne, se encaixando bem nas reviravoltas do filme.
Apesar disso, nos efeitos especiais a produção acertou em componentes como explosões, tiros e o efeito da destruição nos ambientes. Entretanto, falhou em algumas cenas específicas em que o ator tinha “contato físico” com o efeito.
Ação
A cenas de luta e de tiroteios são emocionantes e foram feitas de forma bem crível, principalmente as cenas de perseguição e combates entre grupos.
Também não são poupadas cenas de tortura, chegando a incomodar o público sem precisar mostrar muito sangue ou mesmo ferimentos nos personagens.
Já em combates individuais, existem cenas que vão deixar a plateia pensando “eu mesmo já teria resolvido isso”, pela quantidade de drama envolvido somente para os personagens poderem conversar enquanto lutam.
Considerações finais sobre Operação Hunt
Hoje o filme já é um grande sucesso na Coreia do Sul, porém, mesmo com toda a sua qualidade, ele parece ser mais um dos longas que vai passar repetidas vezes nas noites da Globo, junto com Duro de Matar 4.0.
Operação Hunt é um filme consideravelmente violento que não esconde suas cenas de tortura e de sangue, fazendo um ótimo uso de brigas entre grupos e do conflito entre as Coreias para justificar sua história. Porém, seus maiores problemas são a quantidade de plot twists, flashbacks e viagens, pois com a quantidade de eventos apresentados, é fácil se perder e ficar confuso sobre a motivação dos personagens.
Além disso, Lee Jung-jae é um dos protagonistas e Operação Hunt é sua primeira obra como diretor, o que pode explicar um “favoritismo” ao apresentar mais o lado do seu próprio personagem.
Por fim, é importante notar que, no início do filme, temos a informação de que “qualquer semelhança com nomes, pessoas, factos ou situações da vida real é mera coincidência”, enquanto isso, ao pesquisar um pouco a história sobre os presidentes Sul Coreanos, notamos que o ex-presidente Park Chung-hee foi assassinado pelo diretor da KCIA (Serviço de Inteligencia Nacional Sul Coreana), Kim Jae-gyu. Os mesmos sobrenomes foram dados aos personagens principais desse filme.