Peaky Blinders – 6ª temporada
O último ano de uma das melhores séries contemporâneas começa o primeiro episódio dando um desfecho coerente, digno e emocionante para a personagem Polly, da atriz Helen McCrory, que faleceu em abril do ano passado por conta de um câncer. O luto (que faz parte da família Shelby desde sempre) vem a somar a outra tragédia que o enredo promove, deixando Tommy a beira de um colapso. Cillian Murphy continua fantástico nesse que é o papel de sua vida, oriundo de um elenco inspirado que ainda conta com Natasha O’Keeffe, Paul Anderson, Anya Taylor-Joy e Sophie Rundle (eu assistiria um spin-off só da Ada, confesso).
Peaky Blinders – 6ª temporada
O jogo político se intensifica aqui, com o protagonista movendo peças perigosas entre os fascistas (Sam Claflin como Oswald Mosley continua ótimo, mas as adesões de Amber Anderson como Lady Diana Mitford e James Frecheville como Jack Nelson impressionam ainda mais) e justamente por se tratarem de figuras históricas, é que sabemos que não tem um inimigo dessa vez que Tommy Shelby possa realmente vencer. Dessa maneira, o Michael Gray de Finn Cole não consegue chegar aos pés de algozes das temporadas anteriores, primeiro porque passa metade do tempo preso e, quando sai, bem… Mas o criador Steven Knight ainda coloca no caminho de seu anti-herói outro vilão invencível, que aumenta a escala de drama dos seis episódios.
Leia a resenha sobre as outras temporadas aqui
Com diálogos afiados e memoráveis, e sequências de ação espetaculares (além daquelas dos jantares tensos), o sexto e último ano da gangue tem o melhor da dramaturgia moderna, mirando na tragédia e acertando além dela, deixando um bocado de pontas soltas, que até onde se sabe, vão ser fechadas em um filme (uma ideia para mim sempre abstrata, essa de séries se encerrarem em outra mídia que não a sua originária). Mesmo assim, um desfecho potente e honesto com as jornadas erráticas apresentadas até aqui.