Sharper – Uma Vida de Trapaças

Sharper – Uma Vida de Trapaças é a típica história que se acha mais inteligente do que realmente é. Mas não se engane, como suspense envolvendo golpistas (que ora flerta com comédia romântica, ora com thriller erótico), esse filme de Benjamin Caron consegue entregar bons momentos, que não surpreenderão o público médio como gostaria, mas vai oferecer boas duas horas de entretenimento.

A ideia de dividir a trama em capítulos por personagem e assim mostrar que nada é exatamente o que parece no capítulo-personagem a seguir é interessante e gera bons momentos aqui e ali. O elenco não surpreende, mas funciona dentro do que lhes é oferecido. Julianne Moore e Sebastian Stan são o destaque nas atuações, é claro, e enquanto Justice Smith continua fazendo o boboca de sempre (é só isso que ele sabe fazer mesmo), a novata Briana Middleton até que surpreende quando lhe dão espaço.

O grande triunfo dessa produção acaba sendo mesmo a fotografia de Charlotte Bruus Christensen (que vem dos ótimos Um Lugar Silencioso, A Caça e Um Jantar Entre Espiões, entre outros), que trabalha os closes, olhares e posicionamentos das figuras insuspeitas de maneira instigante e bela ao mesmo tempo. Claro que todos gostam de uma boa trama de trambiqueiro e Hollywood está repleto delas, algo que Sharper até consegue se encaixar, apesar de jamais surpreender.

A revelação do clímax, ou da reviravolta sobre outra, já era prevista desde o primeiro terço do longa, o que onera ainda mais as intenções do roteiro, que realmente acredita ser super inteligente. Sharper – Uma Vida de Trapaças mira em O Grande Truque, mas acerta em Truque de Mestre. E tudo bem, mas menos, vai.

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