Dredd, a justiça no ambiente do caos
Saiba mais sobre o remake de 2012
Dredd surge como um remake do filme original de 1995 interpretado na época por Sylvester Stallone, adaptado dos quadrinhos da década de 70, onde acompanhamos a história de Juiz Dredd, um dos juízes responsáveis pelas seguranças das ruas de Mega-City One. Isso tudo em um futuro onde a superpopulação e a criminalidade se tornaram um grande problema.
O enredo de Dredd
Aqueles que já conhecem as histórias de Juiz Dredd sabem o quão barra pesada ele é. Na lista de inimigos enfrentados pelo juiz estão ícones como Predador e Batman. Nesse ritmo, o filme não decepciona quando oferece ação e umas pitadinhas de suspense. Convida então Karl Urban (Dredd) e Olivia Thirlby (aspirante Cassandra Anderson), uma recruta mutante, para investigarem um assassinato no distrito de Peach Trees, um complexo dominado pela criminalidade.
O distrito serve como fábrica e distribuidor de drogas. Recebe então a visita dos juízes que capturam um dos membros principais da gangue e pretendem levá-lo à central. Assim, determinada a impedir o vazamento de informações, Madeline Madrigal (Ma-ma), a líder local dos criminosos, fará de tudo para capturar os juízes que invadiram seu território. Vivos ou mortos.
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Entretanto, ao invés de aproveitar os efeitos especiais disponíveis na época da gravação, a história é conduzida dentro de um prédio em meio a fugas, confrontos e perseguições. A ficção científica exibida no filme é limitada e não se preocupa em destacar tecnologias ou elementos futurísticos. Assim, o futuro em Dredd não é inovador. Armas que mudam de munição com comandos de voz e possuem reconhecimento biométrico; um ou outro carro voando no pano de fundo; e raros mutantes, que tem seu grau de importância, mas não tem a história explorada.
Um futuro caótico
O que se vê então é uma visão diferente de futuro. Mais próxima dos filmes que exibem a sobrevivência da raça humana e seus limites do que dos filmes onde há um policial mau e um bom, sabe? Quando a antagonista interpretada pela provocativa Lena Headey diz ter dominado todos os andares do prédio, fica claro que a violência tomou proporções enormes não só ali, mas na cidade como um todo. Quando o protagonista informa a aspirante a juiz que somente 4% dos crimes recebem a presença da lei, fica claro o caos que se instaurou na cidade. É no meio desse caos e muito sangue que Dredd se desenrola.
Para lidar com o cenário, a força policial dos juízes combina o executivo com o judiciário. Cara a cara com um crime, a sentença é aplicada ali mesmo. Essa liberdade de julgamento será utilizada vorazmente nos corpos que se acumularam durante o longa. Combinada com as tomadas de decisões que a novata em companhia de Dredd terá que fazer, como um teste de aptidão, para saber se será ou não uma juíza. Utilizando de seus poderes telepatas, a recruta apresenta uma outra forma de combater o crime.
Dredd (1995) vs Dredd (2012)
Em meio a subida e descida de andares cobertos por violência de Peach Trees, a dupla faz lembrar o filme Duro de Matar quando deixa de aproveitar os elementos de Mega City One para construir uma sequência que mostra um prédio e só. Se tivesse recebido os recursos destinados ao filme de 1995 que chegam a ser quase o triplo, talvez o cenário fosse diferente. O filme de 2012 se reserva a efeitos de slowmotion e cores transpostas para indicar que os personagens estão na brisa. Fica bacana, mas esses recursos poderiam ter sido explorados de melhor forma.
No filme onde o protagonista era interpretado por Sylvester Stallone as mancadas surgem na adaptabilidade do roteiro. Um Dredd que tira o capacete não é o Dredd dos quadrinhos. Brincadeiras e comédias fogem do clima conhecido do universo dos juízes. Ou seja, também não dão uma boa cara para o longa. A junção dos dois filmes seria o caminho ideal afinal. A roupagem do primeiro filme com o clima do segundo, que perde quando economiza ao se aprofundar no universo do juiz, mas que consegue se manter fiel à história.
E você? O que achou de Dredd?