A Ilha, uma corrida pela sobrevivência…
Talvez em 2020 seja fácil assimilar algumas ideias que o filme A Ilha dirigido por Michael Bay (Esquadrão 6) apresenta: clonagem para bio-reposição, hologramas, memetismo e manipulação psico-social. Entretanto, em 2005, quando o filme foi lançado, sinto que alguns devem ter se chocado com coisas que Aldous Huxley já falava desde 1931 no livro Admirável Mundo Novo. Há uma certa recomposição das teorias evolutivas quando falamos de ficção científica e A Ilha consegue juntar um bocado.
Em meio a espasmos, uma memória fraca e trajes completamente brancos (série 3%), Ewan McGregor (Trainspotting) é Lincoln Six-Echo, nosso protagonista que acorda em uma sociedade de pessoas especiais por terem sobrevivido a uma epidemia que dizimou a maioria dos seres humanos e os impede de morar na tão maravilhosa Terra.
A esperança então está na Loteria, um sistema de sorteio que permite que um deles seja escolhido para ir até A Ilha, um lugar maravilhoso onde o ganhador terá férias infinitas. É viver e esperar seu momento de ser sorteado.
A ilha
Aos poucos Lincoln começa a despertar dúvidas sobre sua identidade e sobre o lugar onde permanece há tanto tempo sem saber de muita coisa. Essas dúvidas aumentam ainda mais por conta de sua amizade com McCord, dessa vez na atuação de Steve Buscemi (Fargo), um operário que trabalha nos dutos de operação e que, apesar dos esforços, não consegue conter a curiosidade de Six-Echo.
No seu período na instituição, Lincoln também acaba criando um forte laço com Jordan Two-Delta, protagonizada por Scarlett Johansson (Vingadores). Quando mais perto da verdade, Lincoln começa a entender os terrores que assolam A Ilha e o tempo fica ainda mais curto quando Two-Delta é sorteada. Isso faz com que o casal tenha que correr para descobrir a verdade e sobreviver.
Tensão
Em meio a essa corrida é possível perceber que cada momento é bem detalhado, revelando muitas vezes um certo toque exagerado que Michael Bay adora colocar nos seus filmes. Cada cena é repleta de efeitos especiais e muitas delas mostrarão efeitos de câmeras em longas cenas de fuga e de explosões. Até aí, nada inesperado.
Mas por ser uma ficção científica, o filme exagera nas cenas de ação. Isso não é necessariamente ruim, mas desaponta diante de tantos conceitos científicos apresentados que não são melhor explorados. Assim, a onda de mistério não permanece por muito tempo mas garante uma linha de suspense do início ao fim.
Se você gosta de filmes do estilo e ainda não viu A Ilha, não espere mais! Você vai encontrar diversos fragmentos de filmes de ficção científica em meio a muita ação e um excelente elenco. Em um momento onde clonagem e bio-tecnologia são palavras em alta, o longa expõe questionamentos morais sobre um futuro não tão distante.