As Aventuras de Pi, onde sobra cor e religião

As Aventuras de Pi é um filme de visual incrível, com paragens exóticas criativas e tem bons momentos de sobrevivência em alto mar. Os animais em CG não convencem, mas o céu fundindo-se ao oceano nas noites estreladas, o salto da baleia e o naufrágio compensam no deslumbre estético, ainda que tudo nessa história seja reluzente e neon — o que justifica o final dúbio, que tenta com pouca força salvar a obra.

Mas o que mata essa película do instável Ang Lee é justamente a forçada de barra na temática religiosa, empurrada goela abaixo do espectador e martelada a pregação de meio em meio minuto não só como uma verdade do narrador, mas uma imposição — errônea — da narrativa. Com isso, As Aventuras de Pi acaba se tornando uma mequetrefe metáfora cristã disfarçada de fábula, ecoando paulocoelhismos aqui e ali.

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