Bela Vingança – Indicado a 5 Oscars
Melhor filme, Melhor atriz, Melhor diretor, Melhor roteiro original, Melhor edição
Em seus aspectos de superfície, Bela Vingança, filme de Emerald Fennell, consegue trabalhar crítica social, drama, humor negro e absurdismo da mesma maneira que Corra!. Acerta em tudo o que se propõe a realizar, mantendo a moralidade de sua protagonista. Dessa forma, o público pode simpatizar com sua missão de vida.
Entretanto, a trama ainda permite a ela uma brecha de maldade, para fazer com que as figuras indiferentes ao seu trauma sofram na pele uma espécie de horror semelhante, mesmo que apenas por alguns minutos.
A caricatura feita dos homens e os dedos apontados para o machismo e o reino do patriarcado podem incomodar alguns conservadores, o que certamente resulta em sucesso no discurso da narrativa. A diretora e roteirista dosa bem todas as sensações impostas, equilibrando uma paleta de cores indie com uma trilha sonora de fazer Quentin Tarantino se orgulhar.
Bela Vingança
Carey Mulligan, uma atriz sempre à frente de seu tempo, brilha sem esforço nessa produção singular, fazendo de sua Cassandra Mulligan uma mulher marcada pela dor, infeliz, apática e cínica, mas que guarda no olhar um grito de apelo, que ela explora em momentos de rara felicidade.
A reviravolta é certeira e pontual e o clímax é poderoso em sua inevitabilidade. Bela Vingança é, assim, um filme fora dos padrõezinhos, mas ainda dentro da caixinha o suficiente para atrair um público sedento por boas histórias.
O filme está concorrendo em cinco categorias no Oscar que acontece nesse domingo, dia 25 de abril, incluindo a de melhor filme, junto com “Minari“, “Judas e o Messias Negro“, “Os 7 de Chicago” e “O Som do Silêncio“.