O Mistério do Relógio na Parede, gore para crianças
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Trazendo de volta aquela atmosfera oitentista de “filmes para crianças, mas com um toque perverso de horror adulto”, Eli Roth sai da zona de conforto para realizar a sua primeira história infanto-juvenil, adaptando então o livro de John Bellairs, “O Mistério do Relógio na Parede”.
O diretor de “O Albergue”, “Canibais” e “Bata Antes de Entrar”, marcou sua carreira pelo terror gore e agora, inusitadamente, conduz uma produção que é meio Harry Potter, meio Goosebumps, colocando um garotinho de 12 anos indo morar com o tio e sua vizinha, que são feiticeiros e tem que lidar com um bruxo maligno que quer destruir a Terra.
O Mistério do Relógio na Parede
Jack Black vem ligado no automático nos últimos longas que participou, como o próprio Goosepumps e os novos Jumanji, por isso se diverte como o tio trapalhão do menino. Cate Blanchett, que parece ficar cada vez mais linda à medida que envelhece, traz um bocado de sobriedade ao enredo. Dessa forma, deixa que o engraçadinho menino Owen Vaccaro, com seus olhinhos marejados, forneça doçura, curiosidade e carisma na figura do protagonista. Ele tem de lidar com as agruras do colégio e do mundo mágico se quiser ser uma pessoa e um mago ao mesmo tempo.
Apesar de todos os clichês possíveis, Roth ainda tenta imprimir seu DNA no filme, como na cena com o quarto de bonecos (que parece ter saído da casa dos Warren, de “Invocação do Mal”) ou com os vilões realmente macabros que se revelam no final – em um misto interessante de CGi com maquiagem e que pode, veja só, até assustar os pequenos.
No mais, o figurino e a direção de arte compensam outros resultados menores, com cores saturadas e muita estética de bom gosto, em um conto de horror para crianças, que pode agradar inclusive os adultos. Mas não vai muito além disso.