Tudo em Todo Lugar ao Mesmo Tempo
Executado com uma narrativa nada convencional, Tudo em Todo Lugar ao Mesmo Tempo, esse filme de Daniel Kwan e Daniel Scheinert oferece muita abstração e um humor bastante peculiar, que usa o conceito de multiverso de uma maneira interessante, curiosa e cativante, basicamente fazendo uma constelação familiar de um jeito improvável.
O humor boboca dos Daniels (do fraquíssimo Um Cadáver para Sobreviver) não é para muitos e limita um bocado a experiência proposta por aqui. Por outro lado, a ficção científica retrô e cafona, além das sequências com as pedras (de longe, a melhor de todo o filme), fazem valer a sessão de Tudo em Todo Lugar ao Mesmo Tempo, que ainda entrega momentos divertidos de kung-fu, transições dimensionais e debates marcantes e, em alguns casos, emocionantes entre marido e mulher, mãe e filha, filha e pai e por aí vai.
O elenco está envolvidíssimo e comprado nessa loucura, a começar pelas sempre competentes Michelle Yeoh e Jamie Lee Curtis, mas é Stephanie Hsu que se destaca, com uma atuação forte, diversa e repleta de camadas ora complexas, ora cômicas, em uma produção alucinante, com um viés que vale a pena ser considerado.